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Pesquisa estuda plantas complementares à produção de etanol

“Perspectivas para a pesquisa sobre o bioetanol no Brasil e os principais avanços obtidos em experimentos com genes capazes de aumentar a produção de biomassa de plantas como milho, arroz, sorgo, miscanthus e beterraba açucareira”, é um estudo conduzido pelo professor Marcos Silveira Buckeridge, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Buckeridge e a equipe no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol – um dos INCTs estabelecidos no Estado de São Paulo em parceria do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com a Fapesp – desenvolveram o Crop Bioenergy Performance Index (CBPI), um índice para avaliação do desempenho de cada uma delas na produção de bioenergia.

“Até o momento percebemos que o sorgo tem superado os demais índices, tanto em rendimento como em tempo de ciclo. O miscanthus também pode ser uma boa proposta para o sul do Brasil, que tem clima temperado e é onde esta espécie cresce bem”, diz.

A equipe fez um levantamento por meio de publicações de quanto se produz em toneladas/ha em média no mundo das principais culturas candidatas a produtoras de bioetanol; sobre o comprimento dos ciclos, quanto entra e sai de energia e sua razão para cultivá-las. “Dividimos esses valores pelo número de meses do ciclo da planta e multiplicamos pelo valor de produção, ou seja, a razão entre a entrada e saída de energia para cultivar essa planta, dividimos pelo cumprimento do ciclo, e multiplicamos pelo rendimento. Descobrimos que quanto mais longo o ciclo, menos produzirá no ano”, lembra.

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Na prática, explica o pesquisador, os resultados mostram que ao se verificar várias características agrícolas relacionadas à produtividade, entrada e saída de energia de cada sistema agrícola, uso de água no sistema e o ciclo das plantas produtoras de etanol, a cana não é necessariamente a melhor espécie vegetal para produzir bioenergia no planeta. “Na realidade, o sucesso de cada espécie depende mais de onde a planta está sendo usada e de quanto ela está inserida dentro do sistema socioeconômico e político local. Nosso estudo avalia se teremos etanol para interferir na sustentabilidade energética através de outras plantas, pois a cana não conseguirá suprir sozinha”, enfatiza.

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