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Pesquisa descarta monocultura da cana em MS

Pesquisa apresentada na manhã de ontem (24) na sede da Embrapa em Dourados, descarta a possibilidade de monocultura da cana-de-açúcar e desabastecimento de alimentos causados pelo plantio da cultura no país.

De acordo com o palestrante, o engenheiro agrônomo e professor da Universidade Federal de Alagoas, Geraldo Veríssimo, também são remotas as possibilidades de desastres ambientais, por conta da queima do bagaço da cana para a produção de energia.

“Não existe poluição. O vapor que é produzido, passa por uma turbina que leva energia para a rede elétrica. O bagaço, que antes ficava estocado em grande escala nas usinas sem destino certo, ganha uma função importante na produção renovável”, explica, observando que 14% da energia do país é gerada através desta atividade.

Uma das principais idéias da palestra foi expor algumas tecnologias aplicadas em outros estados no desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar e que podem ser aplicadas em Mato Grosso do Sul. Geraldo afirma que pelo menos 40% dessas tiveram resultados positivos nos últimos anos. As técnicas são resultado de pesquisas desenvolvidas por dez universidades federais do país.

Para o chefe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa, Guilherme Asmos, a partir do seminário, a empresa pretende criar mecanismos de tecnologias voltadas à expansão da cana-de-açúcar em Dourados. Em todo Estado cerca de 42 usinas de açúcar e álcool estão em fase de instalação. Destas, quatro estão em Dourados, diz.

O desabastecimento gerado pelo cultivo da cana é uma realidade descartada pelo pesquisador. Segundo ele, as culturas atendem à demanda. “Todo e qualquer tipo de monocultura é preocupante, mas não existe previsão de que isso aconteça com a cana-de-açúcar, que está plantada em apenas 1% da área total de agricultura do país. Além disso a cana vem sendo plantada em áreas degradadas, ou seja, impróprias para a produção de outros alimentos.

Questionado sobre a escassez de algumas culturas, como o trigo, o chefe de pesquisa afirma que esta conseqüência é resultado do problema climático que o agricultor enfrenta em várias partes do país. “O produtor começou a perceber que o milho safrinha era mais favorável do que o trigo e não causava tantos prejuízos. Isto fez diminuir a produção de um e aumentar do outro”.

Para ele apesar do grande boom do combustível renovável, com o passar dos anos serão utilizadas outras fontes de energia. “O crescimento não é eterno. Dependendo da demanda, as culturas vão sendo produzidas em maior escala. É uma questão de tempo”, finaliza. (Colaborou Valéria Araújo)

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