Após uma recuperação expressiva na produtividade dos canaviais no Centro-Sul do Brasil na safra 2023/24, as projeções apontam para outra grande safra em 2024/25, com uma expectativa de produção em torno de 610 milhões de toneladas na região.
De acordo com o relatório “Perspectivas para o Agronegócio brasileiro 2024”, elaborado por especialistas do Rabobank Brasil, e lançado e neste mês de novembro, a produção de açúcar para o ciclo 2024/25 é prevista em 40,9 milhões de toneladas, um ligeiro aumento em relação aos 40,4 milhões de toneladas projetados para 2023/24.
A nova safra deverá ser novamente dominada pela produção de açúcar, em um contexto em que o preço elevado do alimento compensa os preços baixos do etanol. Isso resulta em uma robustez financeira contínua para as empresas do setor, que se beneficiam do aumento da moagem em 2023/24 e da diluição dos custos fixos.
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Segundo o relatório, o Brasil, como um player significativo no mercado global de commodities, enfrenta o desafio de equilibrar volume e preço. A safra de 2023/24 foi uma exceção, proporcionando ambos. Entretanto, o excesso de produção traz seus próprios desafios, especialmente considerando as incertezas climáticas que podem afetar a colheita e a moagem.
Recordes e Exportações
Espera-se que a safra 2023/24 estabeleça novos recordes em termos de moagem e produção de açúcar. Contudo, problemas logísticos, como chuvas intensas, podem impactar as exportações, causando gargalos nos portos e atrasos nos embarques.
As previsões do Rabobank Brasil para 2024/25 são boas. Embora a área total de colheita deva se manter estável em 2024/25, a produtividade pode ser ligeiramente menor devido a fatores como o início precoce da safra e a idade média mais elevada da cana. Mesmo assim, a produção de açúcar deve permanecer alta, com 40,9 milhões de toneladas previstas.
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“A situação na Índia e Tailândia, afetada por condições climáticas adversas e políticas de exportação, contribui para um déficit global de açúcar, o que pode sustentar os preços elevados do açúcar no mercado internacional”, diz o banco.
Etanol e Perspectivas de Preço
A temporada 2023/24 viu uma oferta alta de etanol, mas o preço do açúcar continua mais atrativo. Há expectativa de que esta tendência se mantenha em 2024, apesar de possíveis intervenções governamentais no setor de etanol.
O documento aponta que as usinas estão em boa situação financeira e continuam a investir em capacidade de cristalização, biogás, irrigação e tecnologia. “Estes investimentos são cruciais para a diversificação de receitas e eficiência operacional”, afirma.
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O fluxo intenso de soja, milho e açúcar para os portos, somado às chuvas de verão, já causou atrasos nos embarques e pode valorizar ainda mais o preço do açúcar, além de gerar custos adicionais.
No mercado de combustíveis, a incerteza global e local prevalece, com os conflitos internacionais e as políticas nacionais influenciando os preços.
Conclusão: “A perspectiva para a safra de cana, açúcar e etanol no Centro-Sul do Brasil em 2024/25 é promissora, apesar dos desafios logísticos e das incertezas climáticas. Os preços elevados do açúcar e os investimentos contínuos no setor sugerem uma forte performance financeira e operacional para as empresas envolvidas”, conclui o relatório.