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Pernambuco quer maior participação em cota americana

Rediscutir os parâmetros da cota americana foi o objetivo do encontro realizado na quinta-feira em Brasília (SP) entre o presidente do Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool (Sindaçúcar/PE), Renato Cunha, e o ministro da Casa Civil, José Dirceu. De acordo com Cunha, os volumes de exportação referentes a cota americana devem levar em consideração o número de empregos gerados. “Neste ponto o estado de Pernambuco é quem mais emprega. O número de postos de trabalho gerados no estado por cada mil toneladas de cana é de 5,83. A média do Nordeste é de 4,69 postos de trabalho pelo mesmo volume de cana, segundo a Fundação Getúlio Vargas. Se for levado em consideração o mix entre geração de empregos e produção, Pernambuco deve ter uma participação de cerca de 50% sobre o volume da cota americana”, diz Cunha.

Na safra passada, a participação pernambucana foi de 43,10%. O volume da cota americana é de cerca de 150 mil toneladas/safra. Levando em consideração os critérios da geração de empregos da FGV a participação alagoana seria de 33%. A participação do Rio Grande do Norte seria de 4%, Bahia (3,85%), Paraíba (3%), Sergipe (2,40%), Ceará (0,86%) e Maranhão (0,80%). O assunto está sendo avaliado pela Casa Civil e a expectativa do Sindaçúcar é que uma posição seja tomada ainda na próxima semana.

Para o presidente do Sindaçúcar/PE, a idéia é de que a correção dos fatores de referência da cota americana sejam alterados de maneira gradativa até chegar a patamares semelhantes ao registrado em 1961, ano no qual a cota americana foi instituída aos produtores do Nordeste. Naquele período a participação pernambucana era de 76%. Com o passar dos anos outros estados produtores também passaram a ter direito de negociar parte de suas exportações de açúcar dentro da cota americana.

“O setor sucroalcooleiro de Pernambuco deve empregar cerca de 120 mil trabalhadores de forma direta nesta safra, que deve resultar em um volume de 16,2 milhões de toneladas de cana. A nossa média de geração de empregos por mil toneladas de cana colhida é maior que a média regional. Isso acontece em função da topografia irregular encontrada na Zona da Mata”, explica.

Apesar do critério da empregabilidade ser uma das questões centrais levadas à discussão, outro pressuposto da cora americana é a necessidade de que o estado produtor também exporte parte de sua produção. Um dos exemplos desta situação é a Bahia, onde os produtores negociam o direito de crédito à cota americana. “É mais salutar a exportação do açúcar físico. A exportação, neste caso, acaba provocando a inserção e a integração de todos os atores da cadeia produtiva”, observa.

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