Pernambuco espera faturamento de R$ 1,2 bilhão
Segundo maior produtor nordestino de cana-de-açúcar, Pernambuco espera colher nesta safra aproximadamente 16,2 milhões de toneladas de cana. Na safra passada a produção foi de 14,6 milhões de toneladas. O faturamento para o período 2003/2004, segundo estimativas do Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar/PE), deverá chegar a R$ 1,2 bilhão. “A expectativa para esta safra é bastante boa. As chuvas estão caindo com regularidade. O único porém é o dólar em queda, que deverá influenciar no resultado das exportações”, observa Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar/PE.
De acordo com Cunha, as 27 usinas e destilarias estaduais deverão elevar a produção de açúcar de 24,3 milhões de sacas – volume registrado no período 2002/2003 – para 28 milhões de sacas. O volume de álcool produzido no estado deverá chegar a 330 mil metros cúbicos. O volume produzido na safra passada foi de 306 mil metros cúbicos. As exportações pernambucanas deverão chegar a cerca de 600 mil toneladas, segundo estimativas de entidades e empresas de consultoria ligadas ao setor sucroalcooleiro. A previsão é de que cerca de 1/3 da receita seja originário de transações internacionais.
O bom desempenho do setor sucroalcooleiro pernambucano tem sua razão de ser quando se observa a movimentação realizada pelas usinas e destilarias – não apenas na parte industrial, mas também na área agrícola. As empresas vêm destinando entre 5% e 7% de seu faturamento para a aquisição de novas máquinas e equipamentos além da ampliação das áreas de plantio. É o caso da usinas como a Cucaú, pertencente ao grupo EQM. A unidade industrial, localizada na Zona da Mata Sul de Pernambuco, está recebendo investimentos da ordem de R$ 6 milhões destinados a melhorias no sistema fabril e ao plantio de 3 mil novos hectares de cana. A Cucaú é uma das cinco maiores usinas do estado e deverá produzir nesta safra cerca de 18 mil metros cúbicos de álcool e 2,3 milhões de sacas de açúcar.
Um outro exemplo de preparação está na Usina Trapiche. NO final da safra passada a empresa anunciou investimentos da ordem de R$ 2,5 milhões na preparação da safra 2003/2004. Além do aumento da área de plantio em 500 novos hectares, a Trapiche está também destinou parte dos recursos para melhorar o desempenho der suas caldeiras. A produção de vapor deverá passar de 190 para 210 toneladas de vapor. A logística da empresa também passou por melhorias. A Trapiche concentrou no Porto de Suape as suas exportações, reduzindo os custos com frete rodoviário e assegurando maior agilidade nos embarques. O contrato entre a usina e o Complexo Industrial e Portuário de Suape prevê uma movimentação mínima de 28 mil toneladas podendo ser ampliado para 55 mil toneladas, dependendo apenas do comportamento do mercado internacional. “Pernambuco vem dando exemplos de que o setor sucroalcooleiro melhorou o seu desempenho sem perder de vista a responsabilidade social e ambiental”, diz o executivo da empresa, Luiz Antônio de Andrade Bezerra.
