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Pedra confirma desmonte da Usina São Fernando

Bens serão transferidos para Usina Cedro, localizada também em MS

Usina Cedro
Usina Cedro

A Pedra Agroindustrial S/A confirmou nesta quinta-feira (31), que dará início à retirada e transferência dos bens da Usina São Fernando para a sua mais recente unidade produtiva, a Usina Cedro, localizada no mesmo Estado, na cidade de Paranaíba, em razão da baixa aptidão da área no entorno da Usina São Fernando para a exploração da cultura de cana-de-açúcar, e maior eficiência para as culturas do milho e da soja.

A aquisição dos Bens da Massa Falida da Usina São Fernando Ltda, localizada em Dourados – MS, foi aprovada em Assembleia Geral de Credores realizada na terça-feira, dia 29 de março. Segundo nota enviada pela Pedra ao JornalCana, o “desmonte” será iniciado assim que for superada a fase de formalização dessa aquisição nos autos do processo falimentar.

“De fato, a venda desses ativos acarretará importantes benefícios aos credores e consequentemente à região de Dourados, com a injeção de recursos perseguidos há muitos anos, além de impedir a deterioração dos bens, com sua consequente perda de valor ao longo do tempo. Quanto à região de Paranaíba, o início da operação da Usina Cedro acarretará a aceleração da economia local, com a geração de emprego, renda e tributos, e a melhoria na infraestrutura como um todo, impactando, consequentemente, de forma direta e positiva, a qualidade de vida dos habitantes”, alega a Pedra.

Com 90 anos, completados em 2021, a Pedra Agroindustrial completou 90 anos em 2021. Além das duas usinas em Mato Grosso do Sul, possui mais três unidades produtoras no estado de São Paulo: Usina da Pedra, em Serrana; Usina Buriti, em Buritizal e Usina Ipê, em Nova Independência.

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Usina São Fernando foi inaugurada em 2009, na época um dos maiores projetos de produção de açúcar e etanol do país

A decisão do desmonte da Usina São Fernando não agradou a Associação Comercial e Empresarial de Dourados (ACED). Nesta semana, o presidente da entidade, Nilson A. Santos e sua diretoria, convocaram as entidades de classe do Estado, autoridades e imprensa para um movimento de manifestação contra a retirada dos bens da Usina São Fernando para outra localidade, o que traria imensurável prejuízo a uma enorme cadeia de sustentabilidade econômica e social, “o que será considerado um desastre para a comunidade da nossa região da Grande Dourados”.

“Percebe-se que há muitos interesses envolvidos, mas o foco tem que ser na solução do passado, ou seja, é preciso equalizar as dívidas, especialmente as trabalhistas, pois há milhares de trabalhadores que dependem que esses recursos sejam liberados. Este é o primeiro benefício social da solução da venda da São Fernando”, afirma Josias Messias, diretor da Procana.

Segundo Josias, o segundo benefício é que a transferência dos bens para outra unidade irá gerar empregos e renda também para o Estado, e evitará a degradação e depreciação do ativo industrial como já aconteceu com o ativo biológico.

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