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Parcerias elevam a rentabilidade

Um movimento sem volta, que merece atenção de ambos os lados, já que é um aprendizado mútuo. Assim os especialistas definem o novo tipo de relação entre startups e grandes empresas. Se por um lado, as grandes têm capital e estrutura, mas não têm agilidade e flexibilidade, de outro as startups não têm medo de errar, praticam a inovação disruptiva, mas pecam quando o assunto é estruturação interna e gestão.

“Quando há complementariedade de interesses, a chance da parceria dar certo é muito grande”, diz Pompeo Scola, diretor de desenvolvimento de novos negócios da MAP Participações, holding brasileira, com sede em Santa Catarina, que abriga entre outras empresas, a NeoGrid. “As startups nos apresentam produtos e tecnologias que estão fora de nosso escopo de negócios, coisas que no dia a dia nem sempre consideramos.”

Esse, sem dúvida, é um dos pontos principais que tem levado grandes companhias a mudar sua relação com as empresas nascentes. Mas não é a única. Para Alan Leite, CEO da Startup Farm, maior aceleradora de startups da América Latina, as grandes enxergam três valores nessa aproximação: possibilidade de relacionamento da marca com o novo mundo; penetração em mercados muito específicos com solução de problemas que ninguém resolve e com complementariedade de produtos e serviços.

“As grandes têm de entender que essa relação tem de ser de igual para igual”, afirma Leite. “A startup não é burocrática e muitas vezes ainda não tem nem CNPJ, uma sede física e sequer faturamento. Daí o cuidado de exigir delas o que elas têm de melhor, a inovação, não a parte burocrática.”

Maior petroquímica da América Latina, a Braskem sabe exatamente o que isso significa. Tanto que criou um projeto de mentoria voluntária para startups selecionadas pelo Programa Braskem Labs, em parceria com a Endeavor, para o desenvolvimento de soluções sustentáveis. “Nós enxergamos a inovação como um meio para aumentar a rentabilidade, expandir os negócios atuais e garantir competitividade como um todo”, diz Patrick Teyssonneyre, diretor de inovação. “Daí buscarmos uma parceria, reduzindo riscos e dividindo custos. As startups têm equipe reduzida, não têm capital, se as grandes não colocarem estruturas à sua disposição e até mesmo dinheiro nesse processo podem até matar o negócio, porque exigirão delas o que não podem dar.”

Existem várias formas de relacionamento das grandes corporações com as startups, seja como patrocinador de eventos ligados ao ecossistema empreendedor, criação de desafios (hackathon), programas de inovação próprios, públicos ou privados, além dos corporate ventures, fundos que começam a crescer no Brasil. Entram nesse modelo, ainda, investimento no desenvolvimento de protótipos e testes patrocinados para no futuro ser o primeiro a adotar a inovação; joint ventures e, até mesmo, aquisição da jovem empresa.

“Independentemente de qual o caminho escolhido, o importante é que não seja visto como mais uma iniciativa de moda, que possa gerar frutos imediatos com redução de custo e mão de obra”, adverte Sergio Risola, diretor do Cietec. “Trazer startups para dentro de casa é muito bom, mas isso exige ganhos para ambos os lados.”

Romeo Busarello, diretor de marketing e ambientes digitais da Tecnisa, encontrou um caminho para chegar às ideias inovadoras. Há cinco anos promove encontros rápidos nos quais as pequenas empresas têm 10 minutos para expor ideias. Em troca, recebem ajuda para desenvolver a ideia e a construtora ganha seis meses de exclusividade sobre o produto. Já foram mais de 650 empresas atendidas e 39 negócios concretizados, entre eles, a adoção de geradores movidos a etanol e o uso de drones na filmagem das obras.

Fonte: (Valor)

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