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Parcela de açúcar deve ser a maior desde 2008

Segundo a Unica (União das Indústrias de Cana-de-Açúcar), serão 8 novas unidades de açúcar (a maioria em Minas) e 11 ampliações, ante as 5 previstas de etanol.

A projeção reforça a tendência de uma safra mais açucareira, mas vai na contramão do que espera o governo, que quer maior produção de etanol para evitar a migração para a gasolina e o consequente alta da inflação.

Pelo menos uma delas, a Cevasa (Companhia Energética Vale do Sapucaí), de Patrocínio Paulista, teve financiamento do BNDES.

Segundo a Unica, a estimativa é produzir 568,5 milhões de toneladas de cana e destinar 45,3% à produção de açúcar -o maior percentual desde a safra 2007/2008. Porém, par a a instituição, os números não devem impactar a produção de etanol.

Ontem, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, confirmou que o governo estuda conceder menos empréstimos de bancos estatais para usinas que priorizem a produção de açúcar, como antecipou a Folha.

Além disso, o governo pode taxar a exportação de açúcar entre 4% e 5% e deixar de cobrar a Cide (contribuição sobre consumo de combustível usada para financiar a intervenção do governo) da gasolina importada.

Há hoje no país 435 usinas em operação, sendo que 301 produzem tanto açúcar quanto etanol; 122 produzem somente álcool, e 12, açúcar.

PREÇO MELHOR

Segundo especialistas, o maior investimento em unidades produtivas de açúcar é resultado do melhor faturamento ante o etanol. Levantamento da FG/Agro aponta que o faturamento de uma fábrica só de açúcar é, em média, 27,8% maior.

Para o presidente da Datagro, Plinio Nastari, a safra mais açucareira é resultado do aumento da capacidade industrial e, principalmente, do preço da commodity.

“Mas isso não trará prejuízos ao etanol, que terá maior estoque na entressafra.”

Já o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, afirmou que as novas fábricas somadas às unidades inauguradas em 2010 vão processar, juntas, 30 milhões de toneladas de cana. “Isso equivale a 5% do total produzido na região”, disse.

No entanto, na semana passada, a própria instituição afirmou que a produção de cana no país será suficiente para abastecer apenas 45% da frota de carros flex.

Já um estudo da FEA/USP apontou que o país precisaria de ao menos 15 usinas de etanol já em atividade para atender a demanda do mercado de combustíveis.

Uma das novas usinas que produzirão açúcar, a Cevasa, controlada pela Cargill, deverá fabricar 200 mil toneladas por safra. Para isso, a moagem de cana aumentará para 3 milhões de toneladas.

O investimento na unidade foi de R$ 200 milhões, sendo 60 % do BNDES, e também inclui cogeração de energia.

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