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Paraná quer ordenar expansão da cana

Para Requião, o Brasil não tem a menor condição de produzir o etanol que os EUA querem. Preocupado em preservar as áreas de cultivo de alimentos, matas ou bosques e evitar a invasão de pequenas propriedades, o governo do Paraná prepara um plano de zoneamento cujo principal objetivo é disciplinar a expansão do plantio da cana-de-açúcar no estado. A intenção é que as lavouras de cana avancem apenas sobre áreas degradadas, principalmente pastagens onde há uma reserva superior a 2,2 milhões de hectares, anunciou ontem o governador paranaense Roberto Requião (PMDB), na reunião da Escola de Governo.

Segundo informou, o Governo do Paraná obteve R$ 2,5 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar a instalação de novas usinas no Estado. Requião acha que o cenário atual recomenda análise cautelosa da substituição do petróleo pelo biocombustível. “O etanol, se preserva o meio ambiente numa ponta, reduzindo a poluição da atmosfera, degrada na outra, devastando a natureza”, afirmou.

O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini explicou que a intenção é “orientar os avanços do plantio da cana-de-açúcar para evitar que uma expansão desordenada ocupe áreas de cultivo de alimentos sempre sob a ótica do desenvolvimento sustentável”.

A cana-de-açúcar ocupa atualmente 500 mil hectares no Paraná, o que corresponde a 6% ou 7% da área cultivável do Estado e a expansão da cultura está ocorrendo sobre áreas degradadas de pastagens. “Estamos elaborando uma nova matriz produtiva que compatibilize a agroenergia, com a produção de biodiesel, a produção de etanol, a diversificação sem a dependência excessiva de insumos”, completou o secretário.

Para Requião, o Brasil não tem menor condição de produzir a quantidade de etanol que o mercado norte-americano necessita, “mesmo que plantássemos em toda a área disponível no País”. Segundo ele, há algum tempo, dizia-se que a soja seria a salvação do Brasil na produção de biocombustível. Mas isso foi inviabilizado pelo preço desse grão, que ficou alto demais”. E Requião pergunta: “O que aconteceu no passado com a produção de álcool? Num determinado momento, o açúcar valorizou-se no mercado internacional e as usinas deixaram de produzir o combustível”. O governador lembrou que recebeu cerca de 20 missões internacionais, a maioria japonesas, à procura do etanol. “Eles querem garantia de fornecimento, que seja dada por uma instituição como a Petrobras, que armazenaria um estoque regulador. Isso não é tão fácil como parece”, completou. (Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 7)(Norberto Staviski)

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