Paraná planeja dobrar produção de álcool
As usinas sucroalcooleiras do Paraná se preparam para um período de expansão superior à média dos últimos anos, confiando num aumento expressivo na demanda por etanol no Brasil e, principalmente, no Exterior. A expectativa é dobrar a produção do álcool combustível – estimada em 1,128 bilhão de litros – em dois ou três anos, segundo Adriano da Silva Dias, presidente da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar).
Um levantamento da Alcopar revela que o Estado do Paraná já dispõe de 140 mil hectares para a expansão da indústria canavieira, uma área correspondente à cerca de metade do território ocupado hoje pela produção das usinas sucroalcooleiras. Fica na região noroeste do Estado e concentra pastagens degradadas, que necessitam de investimentos para a recuperação do solo. “É uma área que pode ser ocupada imediatamente pelas indústrias”, afirma Dias, argumentando que as usinas estão capitalizadas para arcar com os custos de ampliação.
Ele diz que o plano de expansão do setor vai contar ainda com o apoio da Coalizão Pró-etanol, firmada por todos os Estados produtores no fim de setembro, em Curitiba, com o objetivo de fomentar a produção de álcool combustível em todo o País. Atualmente, o Paraná tem 52% de sua produção em álcool e o restante em açúcar.
Com 27 usinas concentradas, principalmente, no norte do Estado, o setor é responsável por 70 mil empregos diretos e tem uma produção estimada em 26,8 milhões de toneladas de cana em 2003/2004, conforme os dados da Alcopar. O resultado é 12,5% maior que o da safra anterior. No caso do açúcar, a produção deve chegar a 1,637 milhão de toneladas, superando em 11% o volume da estação anterior, enquanto o álcool – com 1,128 bilhão de litros de álcool – promete superar em 15% a safra 2002/2003. Cerca de 68% da produção de açúcar e 8% da de álcool vão para o mercado externo. Uma peculiaridade do Estado é a forte presença das cooperativas, que congregam pequenos proprietários rurais, na agroindústria da cana. São nove ao todo, com cinco atuando em vários segmentos rurais e quatro dedicadas exclusivamente à produção canavieira.
