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Para Unica, fim de subsídio sinaliza etanol como commodity

O Senado dos Estados Unidos aprovou ontem uma medida que inclui a revogação dos subsídios de US$ 6 bilhões por ano destinados aos produtores de etanol do país, por 73 votos a 27. “A decisão é um passo extraordinário na direção correta, que é a eliminação total do protecionismo que vigora na indústria americana de etanol há mais de 30 anos”, na avaliação do presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank que ainda se mostrou bastante cauteloso.

“O que assistimos hoje [ontem] é uma primeira e importante vitória, embora não possamos ainda afirmar que ganhamos a guerra”, afirma Jank. Para se tornar lei, a emenda ainda necessita da aprovação na Câmara dos Deputados dos EUA e da sanção final do presidente Barack Obama.

Para o executivo uma eventual abertura do mercado dos Estados Unidos para o etanol brasileiro ainda deve levar um bom tempo para se concretizar pois é preciso um planejamento para aumento de produção no setor nacional. “Podemos perfeitamente planejar nosso crescimento para atender as oportunidades de mercado que vão surgir ao longo desta década, tanto dentro quanto fora do Brasil. Neste momento, nossa prioridade continuará sendo o abastecimento do mercado doméstico, para atender o crescimento acelerado de demanda, puxada pela ampliação da frota de carros flex”, concluiu. Sérgio Prado, representante da entidade em Ribeirão Preto (SP), contou ao DCI que o Brasil já vinha trabalhando para transformar o etanol em uma commoditiy Internacional para livre comercialização dos países produtores. Incluindo o tema em diversos debates. “Nós já havíamos retirado nossas taxas no ano passado como demonstração de boa vontade com o livre-comércio. Agora foram eles. Esse é um passo muito importante para o mundo”, disse.

Segundo Prado, a decisão de ontem deve ser comemorada tanto pelo setor sucroenergético quanto pelo governo, já que ambos invest iram fortemente ao longo de anos na proposta de consolidação do etanol como commodity internacional. “A Unica abriu escritórios no exterior e vem desenvolvendo intensa campanha de comunicação e lobby”, disse ele.

A emenda ao projeto de lei aprovada nesta quinta-feira, de autoria do senador Tom Coburn (Republicano, de Oklahoma) e da senadora democrata Dianne Feinstein prevê a eliminação do subsídio concedido para a mistura de etanol de milho à gasolina (US$ 0,45 por galão) e da tarifa de US$ 0,54 por galão (US$ 0,14 por litro) imposta sobre o etanol importado, o que tira a competitividade do etanol brasileiro no mercado americano. Somados, os apoios ao etanol nos EUA custam aos seus cofres US$ 6 bilhões por ano.

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