Mercado

Para Rodrigues, tarifa dos EUA sobre álcool não faz diferença

O fim da tarifa de importação sobre o etanol nos Estados Unidos, que é ferozmente atacada pelos produtores brasileiros, não é importante para o Brasil no curto prazo, afirmou o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, nesta segunda-feira.

Para ele, uma eventual suspensão da tarifa -o que vem sendo descartado por autoridades dos EUA- seria um “gesto político favorável mas o foco do setor brasileiro deve ser o abastecimento do mercado interno nos próximos anos.

“A tarifa, do ponto de vista de mercado, não tem importância para nós por enquanto, porque temos que produzir álcool para nós, disse Rodrigues após evento na Fundação Getulio Vargas (FGV), citando o forte crescimento na demanda gerado pelas vendas de veículos flexíveis.

“O que é ruim é o sinal político que ela (tarifa) representa… O sinal político é que tinha que ser revisto, não a tarifa em si, afirmou ele, citando que o governo dos EUA poderia, por exemplo, propor uma redução gradual da tarifa nos próximos anos, como um gesto político.

Rodrigues disse que o Brasil não terá um excedente de álcool nos próximos três ou quatro anos para “inundar os EUA, e que a tarifa norte-americana possivelmente será revista dentro de dois anos.

O ex-ministro atualmente coordena o Centro de Agronegócios da FGV e também a Comissão Interamericana de Etanol (CIE), ao lado do ex-governador da Flórida, Jeb Bush.

Segundo ele, Jeb Bush viria ao Brasil na próxima semana mas resolveu adiar a viagem devido à visita de seu irmão, o presidente George W. Bush, para não “misturar questão privada com questão pública.

A CIE é uma iniciativa que envolve, com mais força, entidades privadas.

A expectativa do mercado é que EUA e Brasil anunciem uma parceria em etanol, envolvendo aspectos como normatização do produto para que possa ser desenvolvido um mercado internacional, tecnologia e possível estímulo à produção em outros países americanos.

Hoje o álcool brasileiro precisa pagar uma tarifa de 0,54 dólar por galão para ingressar no mercado norte-americano.

Apesar disso, os EUA figuraram em 2006 como o principal mercado para o Brasil, devido principalmente à alta do petróleo e problemas logísticos nos EUA para transportar etanol produzido no Meio-Oeste para as costas.

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