JornalCana

Para revendedores, recuo seria ‘natural’ ao longo do mês

A redução do preço do etanol e da gasolina, que ocorreria naturalmente com o avanço da safra de cana-de-açúcar ao longo do mês de maio, já está sendo antecipada pela BR Distribuidora, subsidiária da Petrobrás, informou ontem a Federação Nacional dos Revendedores de Combustíveis (Fecombustíveis).

Cálculos do presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda, demonstram que desde a semana passada os postos BR em todo o Brasil receberam o litro do etanol com redução média de R$ 0,27 sobre o preço médio de R$ 2,10, o que representa uma queda de 12%. No preço da gasolina – influenciado pelo etanol por causa da mistura de 25% do derivado da cana – a redução média da BR foi de R$ 0,15 sobre o preço médio de R$ 2,60, o que representa queda de 5 ,7%. Em outras distribuidoras houve queda de R$ 0,10 no etanol e de R$ 0,04 na gasolina, perfazendo reduções de 4,7% e 1,5% respectivamente.

“A gasolina subiu porque o álcool subiu; e está baixando porque o álcool está baixando”, disse o presidente da BR Distribuidora, José Lima de Andrade Neto, que nega ingerência do governo na administração dos preços da empresa.

Segundo o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras e Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), Alísio Vaz, a queda nos postos já era esperada. Ele afirma que, desde o momento de pico, no fim de março, o etanol hidratado já caiu 60% nas usinas. No período, o preço do anidro caiu quase 30%.

Para o professor da UFRJ Edmar de Almeida, há distorção nos argumentos dos revendedores e das distribuidoras sobre a demora para a redução do custo do etanol chegar ao consumidor. “Quando o valor aumenta, os revendedores alegam que estão com estoques baixos e o preço na bomba sobe bem mais rápido . Quando o custo cai, eles alegam que estão com estoques altos e não derrubam de imediato os preços na bomba.”

O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, atribuiu ao “populismo barato” a fala do ministro de Minas e Energia de que pressionaria a BR a reduzir os preços de etanol e gasolina para forçar uma queda na bomba. “O ministro está apenas pegando carona na queda de preços que ocorreria naturalmente até o fim do mês.” / COLABORARAM EDUARDO MAGOSSI E DANIELA AMORIM

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram