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Para indústria e produtores de álcool, exportações impulsionaram crescimento

Pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ontem indica que os setores automotivo e de produção de álcool impulsionaram o maior crescimento da indústria brasileira nos últimos 18 anos (8,3%). Segundo entidades representativas desses setores, as exportações são as responsáveis pela expansão.

De acordo com o assessor da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Pablo Teruel, somente em 2003 e 2004 houve crescimento de 51% nas exportações de veículos. As vendas passaram de R$ 5,5 bilhões para R$ 8,3 bilhões. Em 2002, representavam R$ 4 bilhões. “O crescimento está todo calcado nas exportações”. Segundo Teruel, no ano passado, o país produziu 2,2 milhões de automóveis, 100 mil a mais do que o recorde registrado em 1997. Em 2003, foram fabricadas no país 1,8 milhões de unidades.

Para os produtores de álcool, além das exportações, novas tecnologias aumentaram a produção e venda de automóveis. Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), disse que a criação dos modelos Flex ou bicombustíveis contribuiu para a expansão do mercado. “Hoje, a venda destes modelos já representa algo em torno de 40 mil veículos/mês, o que significa 35% das vendas. E a demanda do álcool hidratado voltou a crescer”, destacou.

Pádua lembrou que, no ano passado, o Brasil se tornou um dos maiores exportadores de álcool do mundo. “Exportamos mais de 2,3 bilhões de litros de álcool. E, pela primeira vez, 60% dessas exportações foi o álcool para fins carburantes. Os Estados Unidos, a Índia e a Suécia são países importadores. O país também voltou a exportar para o mercado de bebida e de perfumaria. Essas foram as razões que alavancaram fortemente a nossa produção de álcool”, explicou.

De acordo com Pádua, a previsão para este ano não é tão otimista. O mercado interno deve continuar em expansão, mas o mercado externo poderá se retrair. Ele acredita que deve haver novo incremento de 8% no mercado interno, mas que o país deve tentar manter o mesmo índice de exportações do ano passado.

“Por uma razão simples: mais de 400 milhões de litros foram exportados para os Estados Unidos pagando um imposto de 140 dólares por metro cúbico. Isso só foi possível em razão dos altos preços da gasolina nos Estados Unidos e dos baixos preços do álcool no mercado interno. Então, repetir estas exportações para os Estados Unidos talvez seja difícil”. Para ele, o Brasil deve procurar outros mercados para compensar uma possível queda nas vendas.

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