Mercado

Para CNA, agricultura perderá R$ 5 bi ao ano com fracasso de Doha

OMC e ONU querem retomada das negociações de Doha ainda este ano 30/07/2008 – Lula culpa questões de política interna dos EUA e da Índia por fracasso de Doha 30/07/2008 – Após fracasso de Doha, Brasil se concentrará em resultados, diz Amorim 30/07/2008 – Brasil estuda acionar EUA na OMC por tarifa ao álcool 30/07/2008 – EUA afirmam que manterão ofertas feitas na Rodada Doha 29/07/2008 – Amorim: acordo na OMC não sai durante o governo Lula 29/07/2008 – Confira quem ganha e quem perde com fracasso na OMC 29/07/2008 – Futuro de Doha é incerto, dizem especialistas 29/07/2008 – OMC confirma oficialmente fracasso de Doha 29/07/2008 – Negociadores dizem que Rodada Doha fracassou

O mercado agrícola brasileiro deixará de exportar R$ 5 bilhões anualmente, em consequência da ausência de acordos comerciais na Rodada Doha, realizada no “mbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Bruxelas. Outra conseqüência séria deverá acontecer quando um determinado produto ficar com preço muito baixo no mercado internacional e os Estados Unidos resolverem reforçar o protecionismo em favor de seus produtores. A avaliação foi feita nesta quarta-feira (30/07) pelo assessor técnico da Comissão Nacional de Comércio Exterior da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Matheus Zanella. Ainda segundo Zanella, a atual crise mundial na área do abastecimento de produtos alimentícios tinha relação direta com as discussões da Rodada. Ele avaliou que o fracasso nas negociações de Doha “deverá desencadear um impulso de acordos bilaterais em todo o mundo, e o Brasil deverá aderir a essa prática. A posição irredutível dos Estados Unidos e dos países europeus em reduzir os subsídios internos aos agricultores foi lamentável”, disse Zanella, porque a Rodada Doha “era a única plataforma internacional para tratar do assunto”.O representante da CNA defendeu que “o Brasil deve pensar em obter ganhos a partir de cuidados mais agressivos com a política sanitária e fitossanitária de seus produtos agropecuários e continuar aumentando a promoção internacional das coisas que exporta, pois não temos condições de competir com o Tesouro americano, que gasta muitos bilhões de dólares com seus produtores”. O agricultor brasileiro tem mentalidade competitiva, segundo Zenalla e, por isso, nem mesmo precisa desse tipo de ajuda. “A gente ganharia mais com o investimento em sanidade animal e na promoção comercial”, disse.A volta das negociações poderá acontecer, segundo ele, “quem sabe daqui a alguns anos, quando a poeira baixar, e o novo presidente dos Estados Unidos verificar que não pode jogar fora um esforço que vinha acontecendo há sete anos, na Rodada Doha, em torno da liberalização do comércio mundial”.Bom posicionamento Para o assessor da CNA “o Brasil se posicionou muito bem, afastando-se até mesmo de aliados para defender seus interesses, mas agindo com flexibilidade”. Zanella prevê que o País terá dificuldade em negociações com a Argentina, quando for tentar acordo bilateral, porque “eles são muito relutantes em promover aberturas na área industrial porque sempre tentam através dela obter ganhos na área do comércio agrícola”. Tudo é agravado, segundo Zanella, pela crise interna que o país enfrenta, com a governabilidade da nova presidente do país, Cristina Kirchner. Zanella concluiu destacando que “os argentinos foram a Genebra com a intenção de atrapalhar” e essa disposição deles pode dificultar acordos com o Brasil.

Banner Revistas Mobile