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Para analistas, Brasil precisa criar infra-estrutura e certificação do álcool

O interesse de investidores estrangeiros pela produção de álcool é bom, mas o Brasil ainda tem desafios a enfrentar para se tornar um grande exportador, na visão de analistas do setor.

Segundo a pesquisadora Heloisa Lee Burnquist, do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), órgão da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da USP, o país deve centrar foco em criar mecanismos de certificação de qualidade, como forma de impedir futuras dores de cabeça.

“Imagine se daqui a alguns anos a UE (União Européia) disser que não vai comprar mais açúcar porque há trabalho infantil na lavoura da cana. É preciso ter algum tipo de certificação para evitar eventuais barreiras técnicas.”

Segundo ela, entre as coisas que ainda “faltam” está a construção de infra-estrutura para armazenamento do álcool. “Isso possibilitaria que os preços fiquem menos sujeitos a variações.”

Em outra frente também ligada à infra-estrutura, a Petrobras e o governo do Estado de Goiás assinaram hoje um protocolo de intenções para viabilizar a construção de um alcoolduto que ligará a refinaria de Paulínia em São Paulo ao terminal de Senador Canedo, em Goiás. A medida faz parte da estratégia da Petrobras de se consolidar no segmento de exportação de álcool.

O transporte de combustível por dutos é bem-vindo, segundo Adriano Pires, do CBIE (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura), pela redução nos custos. “É mais barato que o transporte por caminhão e deveria ser ainda muito ampliado.”

Destilarias

O setor também precisa ampliar as destilarias do país. De acordo com estudo do vice-presidente de operações da Dedini Indústrias de Base, José Luiz Olivério, o crescimento do mercado de álcool vai demandar a instalação de 73 novas destilarias no país.

O setor estima que o mercado de álcool deverá crescer mais de 82% no período, acrescentando outros 12 bilhões de litros de álcool ao consumo atual de 14,5 bilhões de litros.

Segundo o estudo, essas novas usinas irão consumir uma produção de aproximadamente 570 milhões de toneladas de cana-de-açúcar prevista para a safra 2010 e 2011.

Isso vai significar uma produção 184 milhões de toneladas a mais que a safra que está sendo finalizada neste início de ano, que foi de 386 milhões de toneladas.

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