“Para a retomada, falta definir papel do etanol na matriz energética”, diz economista
Uma medida unânime defendida pela classe produtiva do etanol há anos é a definição do seu papel na matriz energética brasileira. Essa é a questão relatada pelo economista, Sebastião Macedo Pereira, gerente executivo do Ceise Br, ao lembrar de sua participação nas duas últimas reuniões da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e Etanol no Ministério da Agricultura. “Vejo que as medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff atendem em parte as solicitações do setor. Mas somente a definição do papel do etanol na matriz energética brasileira criará condições para a retomada de investimento e crescimento do setor. Esta definição trará segurança para o investidor, que gosta de tomar as suas decisões com regras claras e perenes. Se pensarmos que esta definição se arrasta há vários anos, logicamente podemos concluir que demorou. Mas, no entanto, podemos assegurar que esta iniciativa do governo Dilma vai ajudar o setor produtivo do etanol”, lembra.
Medidas para recuperação
Segundo ele, as estimativas já divulgadas sobre a produção do setor na safra atual apontam para um crescimento de aproximadamente 11% na moagem. “Mas a retomada de investimento no setor depende da definição do papel do etanol na matriz energética. Não só isso, depende também da definição do papel da geração de energia produzida pelas usinas na matriz energética. Com uma política de preços que assegure rentabilidade para o produtor”, aponta.
Quanto ao prazo para a retomada dos investimentos, Pereira explica que dependerá de ações tanto do setor público como do privado. “O setor urge de um plano que possa resolver o problema das usinas em dificuldades, quer seja na incorporação por outros grupos ou saneamento financeiro destas em dificuldades, além obviamente da recuperação da competividade do etanol brasileiro”, finaliza.
