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Países têm uma semana para melhorar ofertas na OMC

Os principais países envolvidos nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) terão uma semana para mostrar reais sinais de flexibilidades em suas posições em temas como agricultura e produtos industriais. Na noite de ontem, ministros dos Estados Unidos, Europa, Índia, Brasil e Japão se reuniram em Genebra e fecharam um calendário de emergência para tentar concluir um acordo comercial dentro do prazo estabelecido pelo G-8 em São Petersburgo. As flexibilidades de cada país nas negociações serão testadas, afirmou o chanceler Celso Amorim. Logo após a reunião do G-8, na Rússia, os ministros foram para Genebra para definir, ao lado do diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, datas para os próximos encontros. A estratégia de Lamy era aproveitar o debate entre os chefes de Estado para já recolocar o processo em andamento. Concordamos que vamos nos reunir de novo nos dias 23 e 24 para uma primeira rodada e depois dias 28 e 29, disse Amorim.

Até lá, cada governo deve voltar a se reunir com os setores privados para tentar definir em que áreas cada um poderá oferecer flexibilidades. O próximo passo são as consultas internas que cada governo terá de fazer para ver onde é que temos flexibilidades para oferecer, explicou a representante de Comércio da Casa Branca, Susan Schwab. Lamy pediu que os países tragam suas novas ofertas até o dia 23.

Para os países em desenvolvimento, a pressão é para que aceitem maiores aberturas no setor industrial. Os europeus teriam de aceitar cortes mais profundos em suas tarifas de importação para bens agrícolas, enquanto os americanos teriam de acatar maiores cortes em subsídios. Vamos ver quão flexível é a flexibilidade de cada governo, disse Amorim. Esperamos ver os governos mais determinados e com maiores flexibilidades. Essas datas de reuniões serão os momentos da verdade, disse Kamal Nath, ministro do Comércio da Índia.

Apesar de o G-8 ter estabelecido uma data – 15 de agosto – para a conclusão de um acordo, nenhum dos ministros parecia convencido sobre o prazo. Não desistimos ainda de fechar o acordo em julho mesmo.

O que pode ocorrer é que alguns dias em agosto ainda sejam necessários, disse Nath.

Amorim também não foi enfático sobre o dia 15 de agosto, enquanto o comissário de Comércio da União Européia (UE), Peter Mandelson, se mostrou pouco à vontade com o novo prazo.

CARONA

Genebra não foi o único local de reuniões entre os ministros.

Amorim, para estar em Genebra na noite de ontem, pegou carona em um vôo do governo americano que saía da Rússia e estava sendo usado por Susan Schwab. Funcionários do governo americano contaram que, durante as três horas e meia de vôo entre São Petersburgo e Genebra, Amorim e Susan ficaram reunidos em uma ala do avião discutindo como tirar a OMC de sua crise.

Durante os encontros em Genebra, outra preocupação dos ministros foi de manter total sigilo sobre a posição de cada país nas negociações. Susan pediu aos demais ministros que informações não fossem vazadas à imprensa sobre o que cada país está disposto a ceder em termos comerciais.

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