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País pode ser competitivo no setor de biocombustível

A pesquisa encomendada à Universidade de São Paulo (USP) concluiu que os sete países estudados também enfrentam desafios em termos de inovação e que, mesmo com todos os seus dilemas, o Brasil conseguiu resultados expressivos em setores que vão além dos jatos regionais e dos produtos agrícolas.

Segundo Glauco Arbix, coordenador do estudo, o Brasil tem a chance de ser competitivo em áreas sensíveis, como os biocombustíveis. Mas dará um grande salto na medida em que suas empresas se expuserem mais à exportação e ao investimento em outros países.

“O Brasil não tem meninos vendendo balas apenas na avenida Rebouças, em São Paulo. Tem meninos na porta da Embraer, da Natura, da Marcopolo, da Gerdau e de quem pensa em biocombustíveis”, afirma Arbix, referindo-se a companhias que investem em inovação e que se embrenharam em estratégias no exterior. “Olhar para fora leva as empresas brasileiras a ter um comportamento mais agressivo e preocupado com a inovação.”

Reginaldo Arcuri, presidente da ABDI, antecipa que a nova política industrial não deverá eleger setores prioritários. Mas começará pelas cadeias produtivas que já contam com um diálogo organizado com o governo e com experiências inovadoras – como são os casos da automotiva e têxtil.

Entre os setores com potencial de sucesso em inovação, Arcuri enumera a indústria de peças e equipamentos aeronáuticos, que se desenvolveu ao redor da Embraer, os fabricantes de peças para a construção naval e os fornecedores de bens para as plataformas e dutos da Petrobrás.

Tanto Arcuri quanto Arbix concordam que uma das vantagens do Brasil está na diversidade cultural presente na estrutura social do país. Diversidade é uma espécie de combustível da inovação porque permite conclusões inusitadas para as questões em estudo. Entre os países pesquisados, Japão, Estados Unidos, Irlanda e Finlândia mostram dificuldades em dar curso à diversidade.

O Japão percebeu que o motor da inovação está travado pelas estruturas hierarquizadas de suas corporações e pela tradição cultural impermeável aos estrangeiros. Nos EUA, os controles de segurança e a burocracia acabaram por limitar o acesso de pesquisadores de outros países a suas universidades.

Precursor na adoção de políticas de inovação, a Finlândia enfrenta o mesmo dilema por conta do clima do país. Mas contorna parte do problema com o contingente de pesquisadores finlandeses espalhados por centros de pesquisa de tecnologia da informação mundo afora – só na Nokia são cerca de 25 mil. Esses centros servem como “antenas” para soluções inovadoras.

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