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País deve sofrer pouco com crise mundial

JC 177 – O dinheiro vai ficar mais curto e mais caro para as empresas brasileiras que

precisarem se financiar no exterior. Essa deve ser a principal conseqüência para o país da crise financeira que tem abalado os mercados internacionais, segundo avaliação de diversos analistas econômicos. Detonada a partir dos Estados Unidos, a crise teve sua origem no sistema imobiliário norte-americano, quando bancos de investimento assumiram riscos excessivos em financiamentos e hipotecas de pagamentos altamente duvidosos. A partir

daí, com uma forte retração no setor da construção civil americana, o país passou a

crescer em um ritmo mais lento, e como é a maior economia e o maior importador do

planeta, todo o resto do mundo teme agora por uma recessão. Dessa vez, no entanto, o Brasil está mais preparado para enfrentar os problemas que vêm do exterior, garantem

analistas e autoridades do governo. Ao contrário de outras ocasiões, em que um “resfriado” lá fora significava uma “pneumonia” aqui dentro, os fundamentos da economia brasileira se encontram mais sólidos e o sistema bancário local não está contaminado com créditos podres do exterior.

Os indicadores de vendas no varejo, produção industrial, emprego e renda divulgados nas últimas semanas confirmam que a economia nacional continua crescendo em ritmo acelerado, o que deve garantir uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) entre 4,8% e

5% neste ano, pouco menor que os 5,4% registrados em 2007. Mesmo com algum

aumento nos índices de inflação, o forte ajuste positivo ocorrido nas contas externas

do país nos últimos anos, fazendo-o passar de devedor a credor internacional, situação

ratificada pela obtenção do Grau de Investimento neste primeiro semestre, tem ajudado o Brasil a enfrentar as turbulências externas sem nenhum grande sacrifício para a economia local, até o momento. Segundo Samuel Levy, consultor da Suporte & Resistência, consultoria especializada no mercado internacional de açúcar, essa é a mais grave crise financeira desde 1929, que deu origem à grande depressão norte-americana nos anos 30 do século passado. “Talvez seja até maior que a de 29. Por outro lado, as possibilidades

de solução também são maiores: está sendo estudada a criação de uma super-agência

em Washington que deverá se encarregar de comprar os créditos podres do sistema

financeiro americano. Isso custará pelo menos US$ 600 bilhões aos cofres do tesouro dos EUA, algo em torno de 4% do PIB daquele país”, avalia.

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