Mercado

Painel do Setor: Rumo aos 8 bilhões de litros exportados

Já em 2010 o Brasil deverá estar exportando algo como 8 bilhões de litros de etanol combustível. Levandose em conta que em 2001 o volume era menor de 400 milhões litros/ano (veja gráfico), este é um salto significativo.

O início da expansão aconteceu recentemente na passagem de 2003 para 2004. Naquele ano, o mundo

percebeu efetivamente o potencial do álcool brasileiro e esta percepção traduziu-se em números superlativos. De 750 milhões litros embarcados em 2003 o País saltou para 2,4 bilhões de litros em 2004. Tal demanda motivou os empreendedores brasileiros, mas também os assustou, sobretudo ao constatarem o perigoso gargalo da falta de logística e

transporte adequados para o escoamento. Enquanto governos e iniciativa privada corriam e correm contra o tempo para resolver a questão, a procura pelo álcool brasileiro foi ampliada e segue crescente.

Ao final deste ano de 2007 o País terá exportado 4 bilhões de litros. Em 2008 chegará a 5,2 bilhões de litros, em 2009 a 6,5 bilhões, até alcançar a marca de 8 bilhões de litros em 2010. O gráfico que ilustra esta página foi produzido a partir de estudos estatísticos feitos pela IETHA – International Ethanol Trade Association. A IETHA tem

trabalhado em ritmo acelerado para atingir seu objetivo de criar parâmetros únicos para o comércio internacional do álcool.

Três grupos de trabalho

O volume de álcool hoje transacionado no mundo ainda não permite uma base suficiente para dar liquidez a este tipo de bolsa. Mas basta ver a demanda crescente do gráfico para verificar que este trabalho de base necessita ser considerado com urgência. Na última assembléia da IETHA foram estabelecidos três grupos de trabalho com vistas a criação destes

parâmetos únicos:

1 – Um grupo responsável pela elaboração de um contrato padrão de exportação de etanol, em base FOB Pumped In, incluindo aí sugestões de uso de entidades de arbitragem internacionalmente reconhecidas

2 – Um grupo responsável pela criação de especificações standard de graus de etanol, tanto anidro como hidratado; (aqui o álcool exportado não destina-se apenas a uso combustível mas também para fins industriais, bebidas e outros. Por isso a

necessidade de criar-se algumas especificações básicas para referência das usinas produtoras, em todo o mundo

3 – Um grupo de trabalho dedicado ao estabelecimento de um contrato base de afretamento, o chamado Charter- Party. Neste caso pensa-se em adotar um contrato já internacionalmente reconhecido por armadores e afretadoras de cargas líquidas, em particular petróleo e seus derivados e produtos químicos, chamado ASBATANKVOY. O grupo está

definindo um anexo IETHA para acomodar as particularidades relativas ao transporte do etanol, que na verdade constituem quase que um novo contrato.

39 associados em três meses

A adesão de novos associados à IETHA ocorre em grande número e hoje, com apenas três meses de vida ativa, já

são 39 membros. A mescla de sócios combina produtores de álcool, tradings brasileiras e internacionais (inclusive as principais tradings japonesas comerciantes de álcoois especiais), entidades supervisoras de qualidade e refinarias/distribuidoras de petróleo, usuárias do etanol combustível. Empresas de sete países já estão

representadas na IETHA. As linhas mestras da entidade são: ser uma associação de caráter supra nacional, não ter a pretensão de promover o consumo de etanol no mundo, mas buscar, em um mercado que cresce a rítmo forte, a criação de instrumentos comerciais que venham a dar a este mercado uma credibilidade marcante com padrões comerciais que facilitem a fluidez de seus negócios. Uma vez concluídos os trabalhos dos grupos de estudo atualmente constituídos e em operação, a IETHA vai se debruçar sobre a viabilidade da criação de uma bolsa internacional de futuros, em local a ser definido, que realmente sirva como instrumento de proteção para o trade mundial.

NOVO SECRETÁRIO

O Conselho Deliberativo da IETHA – International Ethanol Trade Association, com aprovação da Assembléia

Geral dos Associados, contratou um Secretário Executivo para conduzir as atividades da Associação. Trata-se do

executivo Paulo Francisco de Siqueira Costa, até recentemente ligado ao grupo CrystalSev, onde

detinha o cargo de gerente geral da ARFS – American Renewable Fuel Suppliers, unidade desidratadora de álcool localizada em El Salvador.

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