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Padrão tecnológico brasileiro foi alcançado apesar de desvantagens competitivas, diz presidente da CNI

A afirmação do Brasil como um dos principais pólos industriais do mundo vai exigir cada vez mais inovação tecnológica e uma política mais incisiva de inserção nos mercados internacionais, afirmou ontem o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, na abertura da Exposição 200 anos de Indústria no Brasil, montada no Museu do Automóvel de Brasília. “Inovar, elevar a competitividade e expandir a capacidade industrial do Brasil são, e continuarão sendo, o desafio essencial da CNI”, disse.

Monteiro Neto lembrou que o país construiu, nos 200 anos que se passaram desde a instalação da primeira manufatura do Brasil, um parque industrial grande, diversificado, moderno. “Nossa competência tecnológica nos diferencia dos demais países emergentes”, afirmou, ao salientar que tudo isso foi alcançado apesar da desvantagem competitiva que o país experimentou ao longo desses anos em relação aos competidores internacionais, com inflação alta, juros caros, deficiências de infra-estrutura, dificuldades de crédito e pesada carga tributária.

O presidente da CNI analisou que tudo começou em 1808, quando Dom João VI assinou a lei de abertura dos portos brasileiros e, logo em seguida, permitiu a criação de indústrias no país ao revogar um alvará de 1785. “A revogação do alvará desatou as amarras que nos mantinha atados à lógica colonial e descortinou a liberdade para empreender”, salientou Monteiro Neto.

O vice-presidente da República, José Alencar, que também participou da abertura da Exposição 200 anos de Indústria no Brasil, disse que hoje a indústria brasileira é tão forte que o país “poderia se dar ao luxo, numa emergência, de fechar os portos”. “Outros países fecham seus portos para produtos brasileiros que são competitivos, como a França faz com o açúcar de cana”, afirmou.

Alencar citou o exemplo francês para argumentar que o Brasil precisa “levantar a cabeça” e enfrentar o mercado internacional porque tem uma indústria de ponta. Ele advertiu, no entanto, sobre a expansão do crédito. “Não podemos ter um exagero de crédito e correr o risco de termos uma inflação crescente”, disse.

Monteiro Neto salientou ainda a importância da criação da CNI, em 1938, por iniciativa das federações das indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN), de São Paulo (FIESP), de Minas Gerais (FIEMG) e do Rio Grande do Sul (FIERGS). Lembrou ainda a criação do Serviço Social da Indústria (SESI), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL). “Esse sistema constitui hoje uma vantagem competitiva que o Brasil tem sobre quase todos os nossos vizinhos”, avaliou. “A própria história da evolução industrial demonstra a relevância das contribuições do Sistema S”, finalizou.

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