“Pacote contempla a Petrobras, não o setor”, diz Adriano Pires

“Esse pacote de incentivo ao etanol contempla a Petrobras, não o setor sucroenergético”. Com essa frase, Adriano Pires definiu as medidas anunciadas pelo governo no início da semana. O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) participou do 11º Seminário Guarani, realizado em São Paulo, nesta quarta-feira (24/4).

“A Petrobras é a única empresa do mundo que quanto mais vende, mais prejuízo tem. Com o aumento nas importações de gasolina dos últimos anos, o déficit cresceu. Então, aumentar a mistura do biocombustível na gasolina e anunciar outras medidas a curto prazo só vão ajudar a estatal”, explicou.

O representante disse também que o Brasil precisa de uma “Política de Estado”, que seja valida independente do presidente em exercício. Assim, o setor sucroenergético teria previsibilidade. “O controle de preço da gasolina vai continuar até pelo menos as eleições. Se querem medidas efetivas, que tributem o combustível fóssil e não o renovável. Não faz sentido subsidiar a gasolina”, afirmou, sugerindo a cobra da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) na gasolina.

Sobre o tempo de decisão do governo, Pires foi enfático. “Não acredito neste diálogo entre o setor e os parlamentares. Ainda que tomem atitudes, o tempo entre a decisão e o resultado é longo. Isso vai nos condenar nos próximos anos, já que teremos que importar mais gasolina para suprir a demanda”, finalizou.