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Os subsídios para o açúcar podem mudar na Europa

A União Européia (UE) considera mudar ou extinguir os subsídios para a produção de açúcar estimados em US$ 1,8 bilhão ao ano. A intenção é reduzir os custos de companhias como a Coca-Cola e a Cardbury Schweppes, que dependem dessa matéria-prima.

O comissário europeu de Agricultura, Franz Fischler, preparou ontem duas opções para alterar o programa de 35 anos da UE que mantém os preços acima dos níveis do mercado mundial e garante cotas para as ex-colônias produtoras de açúcar na África, Caribe e Pacífico. Uma terceira opção é deixar o programa como está.

A UE, a segunda maior importadora de açúcar depois da Rússia, protege os produtores de açúcar de beterraba, elevando os preços domésticos para uma média de 2.5 vezes acima do mercado mundial.

Os chamados países ACP, como Ilhas Maurício, Fiji e Quênia, são beneficiados pelos preços mais altos e pelas cotas preferenciais para suas exportações de cana-de-açúcar para os 15 países da UE, que, segundo estimativas da Comissão Européia (CE), alcançam perto de 70 milhões de euros (US$ 80,21 milhões) anuais.

O açúcar é responsável por até 25% dos custos totais de produção de refrigerantes, diz Alain Beaumont, secretário-geral da Unesda, que representa os fabricantes de refrigerantes na Europa, incluindo a Kraft Foods, Cardbury Schweppes e a PepsiCo.

Investigação na OMC

A Organização Mundial de Comércio (OMC) concordou em investigar, no mês passado, se os subsídios concedidos ao açúcar pela UE são ilegais depois que a Austrália, apoiada pelos exportadores do Brasil e da Tailândia, informou que a ajuda viola os acordos do comércio internacional. A eliminação da ajuda da UE poderia ampliar os preços mundiais do açúcar em quase 20%, informaram os três países.

Os preços do açúcar caíram mais de 18% este ano em Nova York. “Teria um efeito expressivo sobre os preços se o grande subsidiário fosse removido do mercado”, disse Gardner. Uma coalizão de produtores de açúcar britânicos, incluindo a Tate & Lyle, a British Sugar, da Associated British Foods, e os países pobres que exportam cana-de-açúcar para o Reino Unido discordam. As exportações de açúcar do Brasil cresceram dez vezes para mais de 10 milhões de toneladas na última década e o país quer tomar metade do mercado, disse Clara Wenner, porta-voz do grupo britânico.

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