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Opep culpa etanol por alta do petróleo

Enquanto a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) acusa o combustível de também ser responsável pela alta recorde nos preços do petróleo, a Agência Internacional de Energia (AIE) negou ontem em seu relatório que o etanol seja parte do problema, e saiu em defesa do combustível Na cúpula do petróleo, o etanol se tornou o centro da polêmica. Enquanto a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) acusa o combustível de também ser responsável pela alta recorde nos preços do petróleo, a Agência Internacional de Energia (AIE) negou ontem em seu relatório que o etanol seja parte do problema, e saiu em defesa do combustível.

A AIE prevê um aumento de quase 100% na produção brasileira de biocombustíveis até 2013, mas alerta que a expansão no resto do mundo pode sofrer importantes limitações e muitas usinas já decretaram falência na Europa. Mesmo assim, confessa que, sem o etanol, os preços do petróleo estariam ainda mais altos hoje.

Ontem, o presidente do cartel, Chakib Khelil, fez apenas uma ressalva: o único etanol economicamente viável é o brasileiro. “Cerca de 20% da alta no preço do petróleo está ocorrendo por causa do bioetanol”, afirmou o presidente da Opep durante uma entrevista coletiva ontem no Congresso Mundial do Petróleo, em Madri. “Temos de decidir se queremos alimentar pessoas ou carros.”

Há cerca de um mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a passagem por uma conferência da ONU em Roma para criticar o lobby do petróleo contra o etanol.

Para a AIE, nem mesmo a publicidade contra o etanol vai parar sua expansão nos próximos cinco anos. “Se não fosse pelos biocombustíveis, os preços do petróleo estariam claramente mais altos”, afirma a entidade. Até 2013, o etanol pode ocupar 5% do mercado que hoje é da gasolina e 1% do diesel.

Mas o etanol pode ter um impacto relativamente maior no caso da substituição do petróleo cru. Até 1,7 milhão de barris poderiam ser substituídos por etanol até 2013. A entidade, porém, admite que há capacidade de produção que não está sendo usada diante do volume de investimentos dos últimos anos e dos lucros baixos em algumas partes do mundo. O resultado foi uma revisão para baixo da produção em várias regiões.

Para a Opep, quem está errada é a AIE. “Americanos e europeus estão tentando forçar a entrada de biocombustíveis no mercado. Isso está sendo custoso e não está ajudando o setor de combustíveis”, alertou.

Khelil também culpa a especulação e o dólar pelos problemas no preço do barril. Sua tese é de que, ao aumentar produção de biodiesel, o setor passa a usar mais a capacidade das refinarias. “O preço do petróleo seria menor sem o etanol”, garantiu. Ele, porém, faz uma distinção: “O milho não pode servir para o etanol. Já a cana faz sentido econômico e até ambiental”.

Para a AIE, a produção de biocombustíveis vai continuar a crescer até 2013 e o produto fornecerá quase 2 milhões de barris de combustível por dia nos próximos cinco anos. Em 2008, o volume deve ficar em 1,35 milhão de barris por dia.

No Brasil, a produção dobrará, passando de 366 mil barris em 2008 para 617 mil barris por dia em 2013. Só os americanos terão produção maior, com 772 mil barris. Mas a AIE insiste que o Brasil é hoje o País com maior potencial de expansão.

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