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Opção integrada

Água e energia são dois insumos indispensáveis para a vida moderna. Se não consumirmos água, morreremos. Se não tivermos energia não teremos eletricidade nas casas, nos escritórios, nas indústrias, não produziremos alimentos e também morreremos. A população mundial cresce e as pressões sobre esses insumos aumentam. Para gerarmos energia precisamos de imensas quantidades de água e para a distribuição de água limpa necessitamos gastar mais energia.

Quando dizemos que precisamos usar muita água para gerar energia, não estamos falando somente na água utilizada nas hidrelétricas. As usinas térmicas precisam de muita água para resfriar os maquinários. O automóvel elétrico, a ser plugado numa tomada, gasta 10 vezes mais água e consome três vezes mais por quilômetro percorrido se compararmos com a produção de gasolina. No caso dos biocombustíveis é ainda pior. No seu ciclo completo de produção, da irrigação dos cultivos até o tanque do veículo, podem consumir até 20 vezes mais água para cada quilômetro percorrido que na produção de gasolina.

Considerando que os mercados consumidores estão distantes de onde há água, quais as soluções para o abastecimento? Transportar a água a longas distâncias ou despoluir os abastecimentos atuais? O que é melhor: importar água doce ou dessalinizar a água do mar? Não seria mais barato deslocar as populações para os lugares onde haja água? Em todos os casos, é muito grande o consumo de energia.

É fundamental registrar que a água é mais importante que o petróleo, porque ela é crucial para a vida. Sem petróleo, vamos achar os seus substitutos. Para a água, não há. Parece que ainda não entendemos que a decisão de trocar a gasolina pelo carro elétrico ou pelos biocombustíveis significa a troca de dependência do petróleo pela dependência da água. Teremos água para enfrentar essa nova dependência? Essa questão é estratégica e já deve se! r tratada como uma crise.

Uma das soluções para isso é a integração dos processos normativos entre água e energia. Nesse caso, os gestores da água vão perceber que não terão toda a energia que precisam e os gestores da energia vão concluir que não terão toda a água que necessitam. Os dois recursos estão se esgotando e limitam-se mutuamente. Devemos assim evoluir para o desenvolvimento de um plano integrado de elaboração de políticas públicas, de uma incansável busca por tecnologias inovadoras que venham a reduzir o consumo de ambos.

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