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ONU dá diretrizes para crescimento sustentável da bioenergia

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) – As Nações Unidas apresentaram na terça-feira diretrizes para lidar com o setor de bioenergia, que cresce rapidamente e, segundo o texto, pode ameaçar a oferta de alimentos.

Enquanto ministros de Meio Ambiente e Desenvolvimento de todo o mundo se prepararam para encontro na quarta-feira na Comissão de Desenvolvimento Sustentável, a ONU-Energia divulgou seu relatório chamado “Energia Sustentável: Um Marco para Tomadores de Decisões”.

O relatório diz que o desenvolvimento de novas indústrias do biocombustível podem fornecer serviços energéticos “limpos” a milhões de pessoas que atualmente não tem acesso a eles, ao mesmo tempo em que geraria renda e criaria empregos em áreas mais pobres do mundo.

“Mas o rápido crescimento na produção de biocombustíveis líquidos de primeira geração vai aumentar o preço das commodities agrícolas e pode ter efeitos econômicos e sociais negativos, particularmente sobre os pobres que gastam uma grande parte da sua renda em comida”, disse o texto.

A ONU-Energia, que foi criada para promover a consistência no desenvolvimento energético por meio do sistema das Nações Unidas, disse que a produção de biocombustíveis já parece ter elevado o preço do milho em 2006 e 2007.

A disponibilidade da oferta adequada de alimentos pode ser ameaçada pela produção de biocombustíveis na medida em que terra, água e outros recursos produtivos sejam desviados da produção de alimentos”, disse a ONU-Energia.

Mas, da mesma forma, “a bioenergia moderna poderia tornar os serviços energéticos disponíveis de forma mais abrangente e barata em remotas áreas rurais, apoiando o crescimento da produtividade na agricultura ou em outros setores com implicações positivas para o acesso e disponibilidade de alimentos”.

Os biocombustíveis – energia retirada de todo tipo de matéria viva, como cana, milho ou mamona – têm uma queima mais limpa e estão rapidamente ganhando popularidade em todo o mundo em meio aos elevados preços do petróleo e à batalha contra o aquecimento global.

A produção global de biocombustíveis dobrou nos últimos cinco anos e deve dobrar novamente nos próximos quatro anos, segundo a ONU-Energia.

Em março, Estados Unidos, China, Índia, Brasil, África do Sul e a Comissão Européia anunciaram a criação do Fórum Internacional de Biocombustíveis, que objetiva a aumentar a produção e uso globais de biocombustíveis.

O Brasil é o maior produtor mundial de etanol de cana, enquanto os Estados Unidos detêm a mesma posição para o milho, e juntos os dois países respondem por 70 por cento do mercado global.

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