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ONGs: reforma do açúcar é traição a países pobres

A reforma do regime açucareiro da União Européia, anunciada nesta quinta-feira pelos 25 Estados integrantes do bloco, é uma “traição” aos países pobres, denunciaram as ONGs (Organizações não-governamentais) Oxfam, WWF e Action Aid. A reforma prevê uma salvaguarda para limitar em 25% ao ano a alta das importações de açúcar dos países menos avançados. Se este limite for superado, a Comissão Européia poderá bloquear imediatamente as importações do país.

Esta cláusula contradiz o acordo “Tudo menos armas”, pelo qual os países mais pobres do mundo teriam acesso livre ao mercado europeu a partir de 2009, para todos os seus produtos, sem cotas nem tarifas alfandegárias. As exportações de açúcar deste grupo de países mais pobres para a UE são de cerca de 200 mil toneladas anuais.

“É uma traição à promessa de dar aos países mais pobres um acesso livre ao mercado europeu”, afirmaram a Oxfam e a WWF em um comunicado conjunto divulgado após a assinatura do acordo pelos ministros da Agricultura da UE. “O acesso plenamente livre ao mercado europeu poderá atrasar 11 anos, ou seja, até 2020, provocando perdas de até um bilhão de euros anuais em exportações para os PMA”, alegaram as duas ONGs.

“Os países em desenvolvimento foram sacrificados para que a Europa chegasse a um acordo”, disse Luis Morago, responsável da Oxfam Internacional em Bruxelas.

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