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Oferta de energia com bagaço de cana crescerá 13 vezes até 2030

A oferta de energia elétrica gerada em térmicas movidas a bagaço e palha de cana-de-açúcar no Brasil crescerá 13 vezes até 2030, na comparação com o quadro atual, para cerca de 6,5 mil megawatts, afirmou nesta terça-feira o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, no São Paulo Ethanol Summit.

A oferta de energia do bagaço ou da palha, que hoje não passa de 500 megawatts (comercializados no mercado, descontando o gerado para o auto-consumo das usinas), cresceria numa proporção muito maior do que a própria produção de cana e seus derivados.

Em 2030, a EPE espera uma safra de 1,141 bilhão de toneladas de cana, contra 468 milhões de toneladas previstas para a safra industrial 2007/08. A colheita seria feita em uma área de 13,9 milhões de hectares, ante os atuais 6,6 milhões de hectares. E a produção de álcool cresceria para 66 bilhões de litros, contra os atuais 20 bilhões de litros.

“Poderia ser mais (a oferta de energia elétrica derivada da cana)”, disse Tolmasquim a jornalistas, lembrando, no entanto, que já a partir de 2010 as novas tecnologias permitirão um melhor aproveitamento do bagaço para a produção de álcool.

“Em 2010 consideramos que uma parte do bagaço vai para geração de energia elétrica e a outra parte vai ser convertida pela hidrólise em mais álcool. Então, o bagaço e a palha vão ser disputados pelos dois setores (de álcool e de energia)”, acrescentou.

A oferta de energia a bagaço e palha de cana em 2030, de acordo com o primeiro plano de longo prazo do governo, seria equivalente a pouco menos da metade gerada pela usina hidrelétrica de Itaipu hoje (14 mil megawatts), ou o equivalente à geração de seis usinas nucleares.

Atualmente, as usinas utilizam em sua maioria apenas o bagaço para a produção de energia, uma vez que a palha, em grande parte dos casos, é queimada para facilitar o corte manual.

Hoje existem 229 usinas a bagaço de cana no Brasil, gerando 2.810 megawatts (total que considera o auto-consumo e o que é comercializado no mercado).

Atualmente, as térmicas representam aproximadamente 15 por cento do total da geração de energia elétrica no Brasil, e as usinas a biomassa (bagaço de cana, licor negro da indústria de papel e celulose e outros resíduos) colaboram com cerca de 30 por cento do total gerado nas térmicas.

Atualmente, a capacidade instalada total de geração de energia elétrica do Brasil é de 100 mil megawatts.

“Estamos trabalhando que entre hoje e 2030 serão necessários instalar mais 130 mil megawatts no Brasil. Desses 130 mil, estamos considerando que cerca de 88 mil megawatts serão de hidrelétricas, continuando como a principal fonte para atender a demanda”, observou Tomasquim.

O governo vem enfrentando atrasos na concessão de licenças ambientais para instalação de megas usinas hidrelétricas, como as planejadas para o rio Madeira, em Rondônia, e Belo Monte, no rio Xingu, no Pará, que juntas devem gerar 17 mil megawatts.

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