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Oeste da Bahia agora quer plantar cana

Depois da soja, algodão, café e milho, está chegando a hora da cana-de-açúcar no Oeste baiano. Recente pesquisa realizada pela Fundação Bahia em convênio com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) revelou grande produtividade da cultura canavieira irrigada na região. No município de Luís Eduardo Magalhães, a 1.000 quilômetros de Salvador, foi verificada a produção de 160 toneladas por hectare, um ano depois de iniciado o plantio em um campo experimental.

O resultado é o dobro da média produzida em São Paulo, que oscila entre 60 e 80 toneladas por hectare. “A experiência confirma a viabilidade técnica da introdução da cana-de-açucar na matriz produtiva do Oeste baiano”, afirma o vice-presidente da Associação dos Agricultores Irrigantes da Bahia (Aiba), Sérgio Pitt. Para ele, “diante da avidez mundial por biocombustível, a cana-de-açúcar é uma boa opção de investimento e ampliação do agronegócio na região”.

Diversificar a matriz produtiva é o objetivo dos produtores do Oeste baiano, que já observavam o desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar no vizinho estado de Goiás. “Lá a cultura avançou bastante e, por termos semelhanças de solo e clima, resolvemos iniciar a pesquisa”, informa Pitt, que destaca a vantagem de a topografia do lado baiano ser mais favorável por ser mais plana.

As experiências iniciadas há um ano estão sendo realizadas com 15 variedades de cana-de-açúcar e 75 clones em áreas irrigadas. Os estudos avaliam a adaptação, a produtividade e monitoram a incidência de pragas e doenças. Embora os experimentos tenham sido iniciados em áreas 100% irrigadas, o vice-presidente da Aiba diz que as experiências já estão sendo feitas em sequeiro e também com irrigação complementar. Pitt garante que o cultivo totalmente irrigado da cana-de-açúcar, apesar de mais caro, é bastante competitivo com a produtividade que se vem alcançando na região. “Com 120 a 130 toneladas por hectare já é um ótimo negócio”, diz.

O desenvolvimento da cultura canavieira e a transformação da Bahia em um dos principais pólos sucroalcooleiro do País, segundo Pitt, vão depender também de uma política fiscal do estado, que dê um tratamento tributário ao setor equiparável aos seus concorrentes. “Também são necessários investimentos em logística. Não dá para transportar álcool para Salvador em cima de caminhões”, ressalta.

Ele estima que, se o governo baiano se sensibilizar com o potencial da cultura canavieira e aliviar a cunha fiscal, a expansão será rápida e, em um prazo de dois a três anos, será possível que se tenha de 20 a 30 mil hectares de canaviais na região.

kicker: Pesquisa revela grande capacidade da região em obter elevados índices de produtividade nas lavouras baianas de cana-de-açúcar

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