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Odebrecht estuda projeto a gás de xisto nos EUA

O grupo Odebrecht, por meio da Odebrecht Ambiental, anunciou na quinta-feira, em evento nos Estados Unidos, que deu início a estudos de viabilidade para a implantação de um complexo petroquímico naquele país, baseado em gás de xisto. Se for levado adiante, o projeto no Estado de West Virginia compreenderá uma central petroquímica para obtenção de etano integrada à produção de polietileno (PE), e será operado pela Braskem, que é controlada pela Odebrecht e tem a Petrobras como sócia principal.

Embora ainda não exista definição quanto ao modelo operacional ou ao porte do complexo, já é certo que os estudos e a análise de viabilidade técnica e econômica, bem como o financiamento e a construção do projeto caso se decida pela execução do investimento, caberão à Odebrecht Ambiental.

Dessa forma, a Braskem estará liberada dos desembolsos nesse empreendimento, mantendo fôlego para seguir em frente com outros dois projetos de grande porte. São considerados prioritários em seu plano o complexo petroquímico no México e a parceria no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Em setembro, a dívida líquida da companhia, de R$ 14,6 bilhões, correspondia a 2,87 vezes o Ebitda.

“Esse é um passo muito importante para a Braskem em sua estratégia de reforçar a participação no mercado americano”, disse Fernando Musa, vice-presidente da unidade de negócios Estados Unidos e Europa da petroquímica, ao Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor na quinta-feira à tarde. Atualmente, a companhia produz polipropileno nos Estados Unidos, com capacidade instalada de 1,5 milhão de toneladas por ano, em cinco fábricas.

Segundo Musa, diante da “absoluta prioridade” ao mercado brasileiro, por meio do Comperj, e da capacidade limitada da Braskem de investir em outro projeto de porte similar, chegou-se ao modelo em que a Odebrecht Ambiental encabeçará o projeto nos EUA. “A Braskem fica sem o ônus de realizar o investimento”, reiterou.

Segundo ele, não há prazo para conclusão dos estudos de viabilidade. “Está mais para ano do que para meses”, disse o executivo, que participou do evento com o governo de West Virginia. Em relação ao porte do projeto, é possível que a produção de polietileno se situe entre 1 milhão e 1,5 milhão de toneladas anuais. São níveis similares ao do projeto da Braskem no México, em parceria com a Idesa, com investimentos da ordem de US$ 3,2 bilhões, e de outros projetos baseados em gás de xisto, que derrubou os custos de produção de petroquímicos, já anunciados nos Estados Unidos. “Essa é uma faixa possível”, disse Musa.

O elemento crítico, conforme o executivo, é a disponibilidade de matéria-prima. Na região onde o complexo pode ser erguido, há mais de 30 possíveis fornecedores. “Investimentos em produção de etano a partir do gás de xisto integrada a polietileno se apresentam hoje como uma das melhores alternativas”, ressaltou.

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