Mercado

Obama quer se unir ao Brasil

Candidato democrata à Casa Branca promete buscar fontes limpas de energia, como o etanol à base da cana, e afirma que pretende voltar a atenção para a América Latina

Da Redação

O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que, se eleito, vai incentivar o uso das fontes de energia alternativas, como o etanol brasileiro. “Quero me unir a países como o Brasil para buscar formas mais limpas de energia”, disse Obama em entrevista publicada ontem pelo jornal chileno El Mercurio. Em maio deste ano, ele já havia citado o Brasil como um “exemplo do grande potencial das energias renováveis na América Latina”, mas também ressaltou os “riscos” que a produção de etanol traz para a região, como o de desmatamento na Amazônia.

Obama tem procurado ainda não fazer declarações sobre a entrada do combustível brasileiro nos EUA e sobre uma possível redução das taxas de importação. A opção é estratégica, já que o candidato ainda precisa, até novembro, do apoio de estados produtores do etanol à base de milho. O republicano John McCain, por sua vez, já explicitou a vontade de avançar nas relações com o Brasil para fabricar etanol em países centro-americanos.

Apesar de nunca ter visitado a América Latina, Obama tenta mostrar interesse em negociar com os países da região. “Há uma ligação natural entre os Estados Unidos e a América Latina. Quando acabar a guerra do Iraque, poderemos voltar a enfocar nossa atenção à região”, garantiu o democrata. McCain também parece estar preocupado com os votos hispânicos. Ontem, ele lançou um novo anúncio de rádio em espanhol, que será veiculado no sul da Flórida. Por meio da mensagem entitulada “Prisioneiros de Cuba”, o republicano presta solidariedade aos presos políticos da ilha socialista e sustenta que Raúl Castro, assim como seu irmão Fidel, é um “ditador que faz o impossível para permanecer apegado ao poder”.

Vice-presidente

A equipe que Obama reuniu para ajudar na escolha de seu vice ficou desfalcada ontem. Jim Johnson, um dos conselheiros escolhidos para a missão se afastou após ser acusado de ter obtido um empréstimo com condições privilegiadas. Ex-diretor da gigante do crédito imobiliário Fannie Mae, Johnson é suspeito de ter conseguido informações do antigo empregador. O comitê de campanha de Obama confirmou à agência de notícias espanhola EFE que a lista com os possíveis candidatos a vice possui cerca de 20 nomes. Ontem, o governador de Ohio, Ted Strickland, descartou uma chapa com o senador por Illinois. “Se eu for escolhido, não concorrerei”, declarou.

BUSH ADMITE QUE EXAGEROU

Em entrevista ao jornal britânico The Times, o presidente dos EUA, George W. Bush, admite ter exagerado na retórica durante seus dois mandatos. Bush disse que, por conta de algumas frases, as pessoas podem ter concluído que ele “não é um homem de paz”. Mas acrescentou que não se arrepende das guerras no Afeganistão e no Iraque. O republicano afirmou ter sido “muito doloroso” pôr jovens em perigo, enviando-os à guerra, e afirmou que vem tentando se reunir com todas as famílias que pode, pois se sente obrigado a “consolá-las”. Segundo o presidente, qualquer um que o suceder seguirá a atual política para o Irã quando chegar à Casa Branca e vir “como as coisas funcionam”.

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