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O usineiro Maurílio Biagi Filho estuda investir em geração eólica

Maurílio Biagi Filho resolveu mudar de ares. De tradicional família de usineiros do Brasil, o empresário, que vendeu no fim do ano passado para a Bunge sua gorda fatia no grupo Moema, do qual era acionista majoritário, deverá compor o conselho de administração da companhia argentina Impsa, uma das maiores investidoras em energia eólica no país.

No mercado, as apostas são de que – agora mais capitalizado – o usineiro Maurílio Biagi deverá fazer investimentos também nesse segmento. O empresário nega. “Fui convidado para fazer parte do conselho da empresa. Mas ainda não dei a resposta”, disse ao Valor. “Energia sempre foi uma coisa só. O que muda são as fontes”, filosofa.

A argentina Impsa fez nos últimos anos bilionários investimentos no Brasil em parques eólicos, afirmou um porta! -voz da empresa. A companhia tem uma fábrica em Pernambuco e 13 parques eólicos, dos quais três no Ceará, com capacidade para 100 MW, e 10 em Santa Catarina, com 222 MW. Outros oito serão construídos na região Nordeste, com capacidade para 211 MW, segundo a mesma fonte, informando que a companhia já investiu mais de R$ 3 bilhões nesse negócio no país. Sobre o convite ao empresário, a empresa não se pronunciou.

Na sexta-feira, Biagi participou de uma reunião da empresa argentina na fábrica que construiu em Pernambuco. Segundo o empresário, a companhia tem firme interesse de manter seus investimentos no país.

Pessoas ligadas ao empresário afirmaram que Maurílio Biagi deverá ir para o conselho da Impsa para sentir como o negócio funciona, antes de se decidir por fazer investimentos.

O empresário afirmou que deverá se manter no setor de energia renovável. Presidente e fundador da Maubisa, empresa que tem como foco investimentos em projetos sucroalcooleiros, Maurílio Biagi Filho é o primogênito do controlador da antiga Santa Elisa, de Sertãozinho (SP), que foi incorporada no ano passado pela francesa Louis Dreyfus, quando os negócios eram tocados pelos seus irmãos.

Ao sair da Santa Elisa, Maurílio foi para a Moema, empresa que teve forte expansão durante o último de boom de investimentos do etanol, entre 2005 e 2007. No fim do ano passado, os acionistas deram início às negociações de venda para a Bunge, que comprou quatro das cinco usinas que pertenciam à companhia. Ele também faz parte do “Conselhão” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e permanece como importante interlocutor do setor sucroalcooleiro.

As apostas do mercado eram que Maurílio Biagi fosse abandonar de vez o setor sucroalcooleiro, após a venda de sua participação na Moema. Ele garante que não fará isso tão cedo. O empresário é sócio da usina Aroeira, no Triângulo Mineiro, em parceria com os grupos Perplan e Saci. Essa unidade deverá dar início às operações na próxima safra, a 2010/11. (MS)

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