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O romantismo acabou

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Os tempos mudaram. A adequação a esta nova realidade exige renovação de mente. Chega desta espécie de catatonia que nos mantêm presos ao período romântico do setor, de outros tempos. Batalhar por políticas públicas favoráveis, como faz o Fórum Nacional Sucroenergético, reunindo-se em Brasília, DF, é importante, mas não suficiente para mudar a realidade da maioria das usinas.

O romantismo acabou. Alguns desiludidos já perceberam esta realidade, saíram da reclamação e partiram para a ação. O diretor superintendente do Grupo Ruette, Hélio Tavares Santos Junior, é um destes. Para ele, uma gestão corporativa competente, que melhore a produtividade agrícola, baixando custos e não contraindo dívidas, é a única maneira de vencer as dificuldades que fizeram mais de quarenta usinas entrar em recuperação judicial. (Veja matéria nas páginas 48 e 49).

Neste sentido também se mobiliza o recém-criado Gesucro — Grupo de Estudos para Gestão Sustentável e Controladoria da Cadeia Sucroenergética, que pretende agregar, alertar e capacitar os profissionais de controladoria na aplicação das melhores práticas em finanças e planejamento de suas unidades. Como mostra a matéria de capa desta edição nas páginas 46 e 47, levantar e fazer comparativos de indicadores são ações preventivas fundamentais hoje nas usinas.

Pensar de forma estratégica é possível e necessário. Neste sentido, além da governança corporativa, um importante aliado da gestão avançada é a tecnologia da informação. Pude aprofundar este tema em plenária sobre o panorama do setor, realizada no SAP Fórum 2014, um dos mais importantes eventos mundiais sobre TI, realizado no mês de fevereiro.

Na palestra lembrei que o desafio é grande. Afinal, segundo a consultoria Canaplan, apenas para suprir o mercado doméstico e manter 50% de participação no mercado global de açúcar até 2021, o setor precisa ampliar sua produção em cerca de 13 milhões de toneladas de açúcar, com uma moagem extra de cerca de 100 milhões de toneladas de cana. (veja mais na página 44 desta edição).

Crescimento que, olhando para a situação econômica da maioria das usinas, representa apenas um sonho distante. E se há uma lição a aprender com os grandes grupos do setor é a de que este é o momento de por os pés no chão e sempre fazer contas.

O romantismo acabou. É tempo de substituí-lo por uma visão de respeito.

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