Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), realizou palestra disputada na tarde de segunda-feira (17/10), primeiro dia da Conferência Datagro, na capital paulista.
Os cerca de 200 participantes da palestra aplaudiram principalmente as avaliações de Pires sobre a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).
A Cide sobre a gasolina deve ou não subir?
O Portal JornalCana divulga a seguir 5 das avaliações do especialista.
1
Não é subsídio
“A Cide não é subsídio. É mecanismo para corrigir falhas de mercado de combustíveis. Temos que entender isso, senão segue a mistificação de que aumentar a Cide irá aumentar a inflação ou dar dinheiro para o produtor de etanol.”
2
Papel da Petrobras
“Petrobras não tem nada que ver com a Cide. Ela tem que olhar câmbio, mercado internacional e market share. Cide é uma decisão de Estado, de governo. Temos que saber isso. Brasil não pode abrir mão de um setor como o do etanol. E para não abrir mão dele, é preciso sinal econômico. E sem esse sinal, pode cair no defeito de dar subsídio.”
3
Sem subsídios
“O setor sucroenergético não precisa de subsídios, mas de mecanismos que corrijam falhas de mercado, como é o caso da Cide.”
4
Não é imposto
“A Cide vigora desde 1 de janeiro de 2002 e, de lá para cá, nenhum governo entendeu o seu papel. É vista como imposto, como se dá seu impacto na inflação em caso de aumento de sua incidência. Isso me preocupa porque há a questão da melhoria do meio ambiente. O Brasil não deve ir na contramão do mundo e incentivar o combustível fóssil. Não adianta resgatar a Petrobras e olhar a questão da Cide e do etanol.”
5
É imposto ambiental
“O setor sucroenergético deveria fazer uma campanha para mostrar que a Cide é um imposto ambiental, que pode levar recursos para União, estados e municípios. E um mecanismo que dá competitividade ao etanol hidratado. Se não se entender isso, irá por caminho complicado, de tirar o hidratado do mercado. Sou trágico, mas há miopia sobre o conceito da Cide. Se não se entender que ela deve ser alta quando o barril estiver barato, e cair de incidência quando o barril estiver caro. Caso contrário, não haverá condições para dar competitividade ao hidratado.”