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O que fazer enquanto as medidas de apoio ao setor não saem?

Edmundo Barbosa, do Sindalcool/PB responde

Barbosa: setor vive crise de demanda

Enquanto aguarda uma solução do Governo Federal sobre as medidas de apoio, o que o setor sucroenergético faz para salvar seus ativos? Confira opinião de Edmundo Barbosa, presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool da Paraíba (Sindalcool/PB).

O que as usinas farão para salvar sua produção de etanol?

As usinas estão agora diante da maior crise de demanda. A situação de estoques altos e a necessidade de caixa trouxeram contração neste setor que vive competindo contra o petróleo. Sabemos todos que o petróleo está sendo comercializado com preços negativos. A crise de demanda é mundial.

A máxima eficiência alcançada pela agricultura brasileira na cana-de-açúcar se defronta contra as ações nefastas e ilusórias do protecionismo que cresce entre os países. Ao injetar 2 trilhões de dólares na economia americana nos últimos dias. Trump apenas amenizou a situação caótica interna.

O que fazer? As usinas irão recuperar a competitividade e deverão concorrer em breve com petróleo com o preço de US$ 42.00. Nessas condições deve haver redução de produção por uma safra. A média histórica do preço do petróleo deverá se recuperar para esse patamar. Os biocombustíveis retornarão ao mercado com muito mais força porque serão buscados por consumidores como solução para a prevenção contra surtos ainda mais graves do que a COVID-19.

Na sua opinião, o setor sucroenergético sai do sufoco, caso as medidas solicitadas ao Governo Federal sejam implementadas?

As políticas ajudarão, porém, as empresas melhor posicionadas deverão sair mais rápido. Agora mesmo vemos empresas começando a certificação CARB para aproveitar em futuro próximo oportunidades de exportação. Seria preciso salvar empregos no setor, isto é o mais urgente nessa desarrumação. Financiamento para os estoques é o principal. O setor precisa da “warrantagem”. Warrant é um título de garantia emitido pelo vendedor de uma commodity que expressa o crédito e o valor de mercadorias em depósito. Ou seja, é garantia. Esse título assegura a quem financia que o título está lastrado fisicamente em uma mercadoria de valor, no nosso caso, energia limpa.

A recuperação virá em quanto tempo, na sua opinião?

A recuperação deverá se dar em prazo lento, acredito em médio prazo, 5 anos ou mais, não devem ser esperados saltos na economia pós COVID-19. E sim, uma retomada lenta e gradual. A maior estabilidade na condução das políticas internas é desejada por todos que investem. O momento é de crise de confiança, poia são muitos fatores baixistas ao mesmo tempo, inclusive na desunião interna.

 

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