Mercado

[O que é o RenovaBio] Perspectivas para o mercado brasileiro de combustíveis

[O que é o RenovaBio] Perspectivas para o mercado brasileiro de combustíveis

Como parte da série O que é o RenovaBio, o site do JornalCana divulga a primeira parte da matéria que apresenta em detalhes o mercado brasileiro de combustíveis. Confira:

Projeção do Balanço Nacional de Petróleo

A previsão de uma produção crescente de petróleo para a próxima década, apresentada no Plano Decenal de Energia – PDE2026 (em consulta pública), associada com a manutenção dos níveis de processamento nas refinarias nacionais, conduzem o Brasil à condição de exportador líquido de petróleo, como mostrado no gráfico a seguir.

Considerando que o parque de refino brasileiro foi adaptado para o processamento de petróleos mais pesados, o excedente da produção destinado para a exportação será majoritariamente de crus do tipo mediano e de baixo teor de enxofre, previstos na região do pré-sal e que constituirão a maior parcela da produção de petróleo nacional.

Leia mais: [O que é o Renovabio] Objetivos da Política Nacional de Biocombustíveis

Projeção do Balanço Nacional de Derivados de Petróleo

Em função do aumento pouco expressivo na capacidade de processamento do parque de refino brasileiro até 2026, a produção nacional de derivados de petróleo sofrerá apenas pequenas variações neste período, como mostra próxima figura. Assim prevê o Plano Decenal de Energia – PDE2026, em consulta pública. Destaca-se que a entrada em operação do 2º trem da RNEST em 2023 poderá promover a ampliação da produção de alguns derivados, em especial, o óleo diesel, sem todavia aumentar a produção de gasolina.

No geral, o balanço entre oferta e demanda dos principais derivados indica que o País deverá continuar como importador líquido, durante todo o horizonte de estudo do PDE2026, com destaque para os grandes volumes importados de nafta, querosene de aviação (QAV) e óleo diesel A.

Leia mais: [O que é o Renovabio] Instrumentos principais do RenovaBio

O mercado nacional de derivados médios (QAV e óleo diesel A), assim como sinalizado no PDE 2024, permanecerá deficitário durante todo o horizonte decenal. O óleo diesel A, derivado com maior mercado no Brasil, apresentará também o maior volume de importação no período considerado, mesmo considerando incremento da adição de biodiesel ao óleo diesel e a expansão da produção doméstica deste derivado, como apresenta figura a seguir.

O balanço entre a oferta e a demanda de gasolina A sinaliza períodos em que o Brasil atuará no limiar da autossuficiência ou como importador deste derivado, mesmo considerando-se que política para biocombustíveis seja implementada e traga investimentos importantes na expansão da produção de etanol para o ciclo Otto.

Leia mais: [O que é o RenovaBio] As 15 diretrizes estratégicas para a política de biocombustíveis

Ou seja, para que aconteça esse cenário de atuar no limiar da autossuficiência ou como importador de pequenas quantidades de gasolina, é preciso expandir significativamente a produção e a produtividade do etanol, como mostrado nas próximas figuras.

Destaca-se, neste PDE 2026, o quadro de maior movimentação de derivados de petróleo, que poderá exigir certamente maior atenção em relação à infraestrutura e logística do País para garantir o abastecimento em todo o território nacional. Por outro lado, prevê-se, para o próximo decênio, um papel mais relevante para o Brasil no mercado mundial de petróleo, atuando como exportador líquido deste produto, apesar de importações crescentes de combustíveis.

Leia mais: [O que é o RenovaBio] 6 valores balizadores para a construção do programa

Com isso, a capacidade nominal de refino no País atingirá 400 mil m³/d (2,5 milhões b/d) em 2026, um aumento modesto em comparação com a capacidade atual de 370 mil m³/d (2,3 milhões b/d).

Cabe destacar que o referido documento do Plano Decenal de Energia (PDE 2026) encontra-se, atualmente, em fase de Consulta Pública. De acordo com o próprio documento, as projeções nele contidas, no que se refere ao balanço para o Ciclo-Otto, consideram o impacto do RenovaBio. Ou seja, para que estas projeções sejam factíveis, faz-se necessária a aprovação do Programa no menor espaço de tempo possível. Além disso, sobre o PDE 2026, diversos analistas já afirmaram publicamente que estas projeções de aumento na oferta de etanol são bastante otimistas e dependem de forte retomada dos investimentos.

Segundo a EPE, os Planos Decenais de Expansão de Energia publicados anualmente pela empresa são um documento informativo voltado para toda a sociedade, com uma indicação, e não determinação, das perspectivas de expansão futura do setor de energia sob a ótica do Governo no horizonte (no caso deste último, até 2026). Tal expansão é analisada a partir de uma visão integrada para os diversos energéticos. São resultados do PDE, entre outros: análise da segurança energética do sistema; balanço de oferta e demanda de garantia física; disponibilidade de combustíveis, entre outros; e recursos e necessidades identificados pelo planejador para o atendimento à demanda.