Em ano eleitoral, apostar em mudanças políticas que tragam maior competitividade ao setor sucroenergético é difícil. Para Adriano Pires, diretor do CBIE – Centro Brasileiro de Infraestrutura, o momento é de avaliação e cobrança. “Precisamos saber dos candidatos os planos para a área de energia, que envolve a parte elétrica e de combustíveis. Essa é a hora de pleitear possíveis mudanças”, avalia.
Questionado sobre os pontos mais importantes no que diz respeito ao etanol, Pires elenca dois fatores como fundamentais para a sobrevivência do biocombustível. “O primeiro, como todos já sabem, é a volta da Cide – Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico sobre a gasolina. Sabemos que este trabalho precisa ser feito de maneira gradual, e não do dia para a noite. Mas uma hora precisa começar. Outro ponto é cobrar da indústria automobilista, que tanto incentivo recebe do governo, motores mais eficientes e que tragam maior rendimento ao etanol”, afirma.
No campo e na indústria, Adriano Pires acredita que o setor sucroenergético precisa continuar fazendo sua parte, buscando maior produtividade e eficiência. Mas, adianta, que em 2014, o produtor precisará lidar com os problemas de mercado. “Sempre digo que previsibilidade é a chave do negócio. A volta da Cide traria maior estabilidade ao mercado. Mas como pensar nesta possibilidade se ela indica aumento da gasolina, que pode trazer inflação e, consequentemente, que na popularidade? Infelizmente, o governo foi muito incompetente na política de energia do Brasil”, finaliza.