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O Mercosul diverge de sobretaxa para açúcar

A disputa entre Brasil e Argentina sobre a taxação do açúcar nacional pelo país vizinho, além de causar estragos nas relações entre os dois países, poderá provocar reflexos que ultrapassam o comércio bilateral. “Se dentro do Mercosul há tamanho protecionismo, imagine o que pode acontecer nas negociações com a União Européia e a Alca (Área de Livre Comércio das Américas)”, questionou o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues.

Para Onório Kitayama, consultor da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), “se a Argentina sobretaxar o açúcar brasileiro, os EUA e a União Européia poderão usar o mesmo argumento para inibir nossas exportações”. O assunto foi discutido na abertura da Feicana 2003.

Roberto Rodrigues criticou duramente a Argentina, na Feira de Negócios da Agroindústria Sucroalcooleira, em Araçatuba, oeste paulista: “É impossível que o governo argentino não tenha feito jogo de cena neste caso”. Na última sexta-feira, o Senado daquele país derrubou por unanimidade (56 a zero) o veto do presidente Eduardo Duhalde ao projeto de lei que sobretaxa o açúcar brasileiro até, pelo menos, 2010.

Nos próximos dias, o projeto poderá ser votado na Câmara de Deputados. Segundo Rodrigues, o ministro da Produção da Argentina, Aníbal Fernández, se comprometeu em convencer os deputados a adiarem a votação, até que se encontre uma solução para o caso. Na próxima semana, usineiros e representantes do governo dos dois países deverão se reunir, na Argentina, para tentar pôr um fim no impasse.

“O Brasil importa trigo e veículos da Argentina e tem de haver uma concessão ao açúcar, mesmo que importemos álcool deles”, afirmou Luiz Guilherme Zancaner, presidente da Usinas e Destilarias do Oeste Paulista (Udop), entidade que reúne 28 empresas sucroalcooleiras.

(Gazeta Mercantil)

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