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O MARANHÃO E O ETANOL

O nosso estado precisa aproveitar as vantagens que tem para produzir etanol. Estamos assistindo ao mundo se engalfinhar para participar do futuro mercado mundial de energia. Os enormes interesses multinacionais se movimentam tentando manipular o debate. O Brasil, vendo o perigo que isso representa para os interesses nacionais, mobilizou-se para enfrentar o lobby, a começar pelo presidente da República, cientistas, organizações empresariais, professores universitários, políticos etc. E a cada dia que passa, mais personalidades mundiais tem entrado no debate, mostrando que o etanol da cana tem grande rendimento energético, 5 vezes mais que o etanol de milho, tem o custo baixo, é apoiado por tecnologias avançadas, não devasta florestas, suas lavouras são consorciadas a culturas de gêneros alimentícios, é energia limpa, entre outras vantagens.

No meu governo, procurei estudar as condições do estado para o cultivo da cana e para a produção de etanol, sabendo que tínhamos que fazer isso, mirando um parâmetro que são os custos e a produtividade de São Paulo. Se não tivéssemos essas condições, não poderíamos atrair empresários para cá.

O ministro Pedro Furlan, da Indústria e do Comércio, indicou o professor Weber Amaral, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP de Piracicaba e eu fui procurá-lo.O professor é também presidente do Pólo Nacional de Biocombustíveis. De pronto aceitou nosso convite e preparou, com a sua equipe, um alentado estudo em que demonstra e simula nossas condições de produção de cana e etanol, nossas vantagens e desvantagens. Foi esse trabalho que apresentei na Federação das Indústrias de São Paulo ( FIESP) para um grande número de empresários em 2006.

A procura mundial por etanol será crescente por muitos anos. Estados Unidos e Europa adotaram padrões para os próximos anos, obrigados pelo aquecimento global, e irão misturar grandes quantidades de etanol à gasolina. Poucas regiões no mundo podem produzir etanol de cana. Além do Brasil, só America Central e alguns países da África podem, pois a cana necessita clima, solos e declividade apropriada para a cultura ter competitividade.

A tentativa de produzir etanol de alimentos, além de onerosa é pouco eficiente. Como encarece o preço dos alimentos está sendo condenada no mundo inteiro.

O Maranhão, descontando áreas de APP, UCs estaduais e federais e terras indígenas, possui uma área potencial de 8.264. 429 hectares dos quais 2.075.914 hectares apresentam alto potencial para a produção de cana. Nessa área poderemos produzir até 90 milhões de toneladas de cana e 7,2 bilhões de litros de etanol que irão para a exportação e para o mercado interno. Numa visão conservadora esses números caem para a metade. Adotando a visão conservadora, temos capacidade para 45 usinas de 1 milhão de toneladas de capacidade, com R$ 7 bilhões de investimento direto e receita potencial de R$3,4 bilhões, por ano, cerca de 13,3% do nosso PIB. Com grande impacto de renda e com potencial para 150.000 empregos diretos e indiretos. A previsão da safra de 2008 de cana no estado é de 3,385 milhões de toneladas e produção de 206,2 milhões de litros de etanol e de 15,3 mil toneladas de açúcar. Desde o meu governo, a produção de cana cresce muito no Maranhão.

Nosso estado precisa de uma sólida infra-estrutura, um forte sistema educacional, universidades e centros de pesquisa especializados não só para esse programa, mas, para alcançarmos o desenvolvimento e o sucesso econômico. Isso deve se tornar um objetivo permanente, pois sem isso não desenvolveremos nenhum programa com grande repercussão econômica e social para o Maranhão nem atrairemos um grande número de empreendedores.

A nosso favor, temos terras disponíveis, posição privilegiada para exportação, condições edafo-climáticas favoráveis e recursos hídricos. As nossas desvantagens são cadeia do agronegócio pouco desenvolvida, carência de recursos humanos treinados e especializados, estrutura educacional necessitando investimento, comunicação deficiente e setores correlatos de apoio, tais como fornecedores capacitados na área de prestação de serviços e manutenção industrial.

A Esalq recomenda que o governo crie um órgão especializado para orientar os empresários e apressar seus investimentos no estado. Esse órgão, formado com gente capacitada, seria a Agência Maranhão de Biocombustíveis.

Está aí a síntese de um programa que poderá ajudar muito o Maranhão nessa luta de todos nós pelo desenvolvimento e modernização do estado.

Mudando de assunto, é notório que a violência das agressões do grupo Mirante tem seus motivos. É o desespero que os motiva para insultar o governador e aqueles que eles julgam representar entraves sérios para o seu domínio no estado. Estão atacando a todos com esse perfil, violentamente, e não conseguem esconder que, por eles, todos nós já estaríamos presos.

O fracasso evidente do processo de cassação do governador com a entrada de Flávio Dino como advogado de defesa, com o depoimento tipo gol-contra das testemunhas de acusação, fez bater o desespero. Também a decisão do Superior Tribunal Eleitoral sobre cassação de mandatos de governadores e prefeitos, versando que se isso acontecer nos primeiros dois anos do mandato a escolha do substituto será por eleição direta e, se nos dois anos finais, será por eleição indireta realizada pela Assembléia Legislativa. Isso foi um balde de água fria na oligarquia, que espalhava que Roseana assumiria no lugar de Jackson, caso ele caísse.

Também a constatação de que não têm candidatos competitivos com um mínimo de chance de se tornarem prefeitos de São Luís aumenta o baixo astral. Só podem apresentar figurantes para a disputa. É muito pouco para quem quer voltar a mandar no estado e isso só contribui para potencializar a enorme depressão que envolve o grupo, que, atarantados, apelam a textos agressivos e destrambelhados contra seus adversários, os vencedores do dia 29 de outubro de 2006. Por isso batem tanto na Frente de Libertação, da qual têm horror. Muito justificado.

Viram o Senador Sarney na sua coluna semanal? Digam-me se não parece fruto de um surto dizer que é a favor da alternância de poder? Só se for no Paraguai!

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