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O impasse da queimada

Devemos ter sempre em mente que a lei 10547/2000, que dita as regras para a queima controlada da cana-de-açúcar, foi aprovada pela nossa Assembléia Legislativa por unanimidade. Após o veto do Governador, a Assembléia derrubou o veto, também por unanimidade. Pelo que sabemos, nossa Assembléia Legislativa representa a voz da população de São Paulo.

Esta lei nada mais é do que uma cópia da lei federal, desta maneira São Paulo tem as mesmas condições que os outros Estados produtores têm,de continuar produzindo.

Regulamentar a Lei é uma obrigação da Secretaria de Meio Ambiente. Como produtores estamos aqui para cumprir a lei. Queima-se cana a 1km da Disney World, mas nós aqui, por razões que não consigo entender, ficamos amarrados nesta polêmica, deixando de produzir açúcar e álcool, dando oportunidade a Estados vizinhos de suprirem nosso mercado. Devíamos estar preocupados em acabar com os grandes poluidores. Quem são os grandes poluidores? Os veículos … então por isto devemos voltar a nos locomover com carroças e charretes? E os nossos rios que se transformaram em esgoto a céu aberto? Esta é uma função do Governo do Estado e das Prefeituras, que deveriam tratar os esgotos e não enviá-los para nossos rios destruindo a flora e fauna, além de gerar doenças nas populações ribeirinhas. O foco em queima de cana como grande agente poluidor é no mínimo absurdo. A cana durante o seu ciclo total tem um balanço positivo, ou seja limpa o meio ambiente seqüestrando CO2. Além de ser, segundo o IPEA, responsável por 35% do PIB agrícola do Estado e 40% da mão-de-obra rural. Vale ressaltar que o trabalhador rural da cana tem um salário-mínimo ao redor de R$245,00 ou seja 36%maior que o salário-mínimo na cidade. Produzimos o grande energético – o açúcar. Somos o maior exportador de açúcar do mundo. Economizamos divisas com o álcool carburante além de colaborar com o tão falado – efeito estufa. Somos grandes geradores de empregos – o agronegócio – Cana-de-açúcar gera ao redor de 650 mil empregos no Estado Não podemos deixar de lembrar: geramos impostos ICM e IPI. Agora que tanto se fala em apagão – somos capazes de co-gerar energia elétrica através do bagaço da cana. Somos eficientes produzimos cana-de-açúcar e álcool com o menor custo no mundo. Vejam! Somos a solução e não o problema para o meio ambiente ou sociedade. A queimada já tem a lei 10.547, que determina o seu prazo de extinção. Estamos em safra, nos permitam trabalhar!

Maria Christina Pacheco, presidenta da Associação dos Fornecedores de Cana de Capivari

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