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O fenômeno do interior paulista

Nos últimos anos, em razão do crescente interesse pelo etanol, o setor de açúcar e álcool despontou como um dos mais exuberantes da economia brasileira. A produção vem batendo sucessivos recordes, evoluindo em média 7% ao ano desde 2002. No ano passado, esse mercado exportou 7,8 bilhões de dólares e foi responsável por 15,7% das divisas geradas pelo agronegócio brasileiro, atrás apenas da soja (18,8%) e da carne (17,5%). Em 2007, é bem provável que o complexo sucroalcooleiro ultrapasse a carne, assumindo o segundo lugar na pauta de exportações do agronegócio. Graças a esse cenário, 55 empresas de açúcar e álcool figuram hoje no ranking das 500 maiores do ANUARIO EXAME DE AGRONEGOCIO — é o setor com maior número de representantes na publicação.

Entre as empresas dessa área, a usina Generalco, em General Salgado, no interior de São Paulo, chama a atenção pela velocidade de crescimento. Mesmo não sendo uma das maiores do setor — seu faturamento de 122 milhões de reais corresponde a 8% da receita obtida no mesmo período pela líder Cosan –, a Generalco exibe indicadores de causar inveja a qualquer uma das gigantes do açúcar e do álcool. Teve uma taxa de rentabilidade do patrimônio de 54,6% (é a segunda empresa mais rentável entre as 500 maiores do anuário, atrás apenas da Cervejaria Miranda Correa, que alcançou 77% nesse quesito), e sua receita cresceu 60% no ano passado em relação a 2005 (a segunda melhor taxa do setor). Além disso, tem o quarto melhor índice de reposição da capacidade produtiva no setor, o que mostra seu fôlego para renovar a planta industrial.

A Generalco pertence ao grupo Aralco, fundado pela família Villela no final dos anos 70 em General Salgado. Até hoje o clã continua à frente das operações. Um dos pioneiros na produção de álcool carburante no noroeste paulista, o grupo tem mais duas usinas no estado — uma em Santo Antônio de Aracanguá e outra em Araçatuba. Nenhuma delas, porém, exibe a mesma performance da Generalco. “Desde que incorporamos a Generalco ao grupo Aralco, em 1999, a empresa só cresceu. A proximidade geográfica entre as unidades do grupo, que é, em média, de 70 quilômetros, e a administração centralizada permitem que tenhamos uma excelente otimização de recursos e integração logística”, afirma João Arantes, gerente-geral da usina. Na safra 2005-2006, ela moeu 1 milhão de toneladas de cana-de-açúcar e produziu mais de 80 milhões de litros de álcool.

O grupo está construindo outras duas usinas no interior de São Paulo, uma na cidade de Buritama, com investimento anunciado de 80 milhões de reais e início das operações previsto para 2008, e outra no município de Auriflama, que de verá custar 150 milhões de reais e começará a funcionar em 2009. Em dois anos, a meta do Aralco é atingir a capacidade total de moagem de 10 milhões de toneladas de cana por safra. A matéria-prima que abastece as usinas e as destilarias do grupo vem de fazendas próprias.

Apesar da tradição no setor sucroalcooleiro, mais recentemente a família Villela tem diversificado os negócios. Em 2005, o grupo inaugurou a Premium, fábrica de cerveja em Frutal, no Triângulo Mineiro, com capacidade para produzir 100 milhões de litros de bebida por ano. No ano seguinte, abriu as portas de um resort às margens do rio Tietê, em Araçatuba. Juntos, a cervejaria e o resort consumiram mais de 80 milhões de reais de investimentos.

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