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O Brasil na exportação de álcool

Necessidade de controle do efeito estufa cria oportunidade para o produto. O comércio mundial de álcool atinge anualmente o volume de 3,3 bilhões de litros, número ainda inexpressivo, mas que poderá ter crescimento significativo nos próximos anos. Esse aumento será impulsionado pela necessidade de redução da dependência em relação aos derivados de petróleo, altamente poluentes e cujo declínio de produção é um evento previsível e não distante.

Além disso, o Protocolo de Quioto, cuja eficácia ainda depende da ratificação de estados signatários, estabeleceu o compromisso de os países industrializados reduzirem suas emissões de gás carbônico em pelo menos 5,2% abaixo dos níveis de emissão de 1990. A meta, que tem por objetivo o controle do efeito estufa, cria um mercado para as fontes alternativas de energia.

Somente para o Japão estima-se que a adição de 10% de álcool na gasolina corresponda a uma demanda potencial anual de cerca de 6 bilhões de litros de álcool.

Para formular estratégias que capacitem o Brasil a conquistar esses novos mercados, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Petrobras e a Embrapa firmaram um protocolo de intenções, em agosto do corrente ano, ao final do seminário intitulado “Álcool: Potencial Gerador de Divisas e Empregos”. Tal protocolo de intenções está em fase de implementação.

Atualmente, a produção brasileira de álcool é de cerca de 13 bilhões de litros por ano, dos quais 600 milhões são exportados principalmente para consumo industrial. Essa produção decorre da utilização de 5 milhões de hectares de terras agrícolas. O Brasil poderia atender ao mercado japonês com a incorporação de pouco mais de 2 milhões de hectares às áreas canavieiras. Esse é um desafio possível, de vez que o País tem cerca de 90 milhões de hectares disponíveis para a expansão de sua fronteira agrícola, sem afetar o ambiente ou concorrer com outras lavouras.

A disponibilidade de terras faz parte das vantagens competitivas do Brasil, assim como o fato de o País dispor de insolação de 300 a 320 dias por ano e ainda – mais importante – já ter desenvolvido uma avançada tecnologia própria de produção de álcool.

Com essas prerrogativas, nosso país pode se tornar um grande fornecedor internacional de álcool; a conquista dessa posição, entretanto, só será alcançada mediante planejamento, ações coordenadas e disponibilidade de crédito para investimentos produtivos. Outros países já se preparam para disputar esse mercado e temos de nos preparar para ser mais competitivos.

O trabalho do BNDES, da Petrobras e da Embrapa envolve o dimensionamento do mercado potencial externo e as disponibilidades para exportação, a identificação de eventuais gargalos existentes na produção e na distribuição, bem como a proposição de mecanismos que viabilizem uma eventual expansão do setor alcooleiro.

Os combustíveis do futuro serão obtidos de fontes renováveis não-poluentes. Essa é uma excelente oportunidade para que o Brasil angarie divisas, aumente o número de empregos e promova o desenvolvimento.

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