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“O biogás é nosso pré-sal caipira”, diz ministro de Minas e Energia

Potencial de produção do produto até 2030, é de até 45 milhões de m3/dia

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou as vantagens e os impactos positivos do biogás e do biometano sobre o meio ambiente, especialmente para a qualidade do ar e para a saúde pública ao participar da inauguração da planta de biogás da Raízen, no dia 16 de outubro.

“Houve a redução, em 96%, das emissões de gás carbônico com o uso do biometano a partir do biogás”, afirmou.

Albuquerque ressaltou o potencial de produção de biogás no Brasil, somente a partir da vinhaça e da torta de filtro, que pode atingir, em 2030, até 45 milhões de m3/dia, o que corresponde a mais de duas vezes o volume médio de gás natural importado da Bolívia em 2019, que chegou no patamar de 19 milhões m3/dia.

“Assim, não há exagero em afirmar que o biogás será uma revolução comparável ao advento, no início dos anos 2000, da produção simultânea de calor e eletricidade a partir do bagaço da cana. O biogás é o nosso pré-sal caipira”, anunciou.

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Ministro conheceu a planta de biogás da Raízen

Segundo ele, avançar na descarbonização da matriz energética mundial é um dos principais desafios do nosso tempo. Citando a Conferência Rio-92, ressaltou que, apesar da maior conscientização sobre as questões ambientais, “desde então, não houve redução significativa da participação dos combustíveis fósseis no fornecimento global de energia, atualmente, em cerca de 80%”.

O ministro lembrou ainda que o Brasil é reconhecido por possuir uma das mais limpas matrizes energética e elétricas do mundo.

“Nosso potencial hídrico, eólico, solar e de bioenergia tem assegurado, historicamente, uma participação relevante e diversificada das fontes renováveis na oferta interna de energia do país”, acrescentou o ministro, lembrando que os derivados da cana-de-açúcar respondem, atualmente, por mais de 17% da matriz energética brasileira, podendo atingir 19%, em 2030. “Isso se traduz em segurança energética e, ao mesmo tempo, mitigação das mudanças climáticas”, destacou.

Ao falar das externalidades do setor sucroenergético, Bento Albuquerque fez uma retrospectiva do segmento, voltando à década de 70 com o Próalcool, passando pela inovação da utilização do bagaço para produção de energia elétrica, até chegar ao biogás nos dias atuais.

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Gussei: momento histórico para o setor sucroenergético

“Presidente Bolsonaro, o Brasil, o seu governo, dá sucessivos exemplos de como é possível integrar nossas plantas industriais e gerar energia limpa, a baixo custo e com oferta segura durante todo o ano. Tenho a felicidade de testemunhar, o início dessa nova etapa para o setor, que contribui com o país há décadas, na construção de uma matriz energética exemplar e na geração de milhares de empregos para os brasileiros”, disse.

O comandante da pasta de Minas e Energia reforçou ainda que “a utilização do biogás e do biometano nas usinas também possibilitará o aumento da nota de eficiência energético-ambiental dessas unidades produtoras, levando à geração de mais créditos de descarbonização, os CBios”, disse, elogiando em seguida o RenovaBio, “o maior programa de biocombustíveis do mundo”.

Os benefícios do biogás também foram destacados por Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (UNICA), ao lembrar que o grande desafio do mundo é a redução das emissões de carbono e o início da comercialização em escala do biogás, pela Raízen, é um grande exemplo de como o setor sucroenergético pode e vai fazer cada vez mais isso.

“É um momento histórico para o setor sucroenergético que redobra a aposta na sustentabilidade, na geração de energia limpa, renovável, descentralizada e que coloca cada vez mais o Brasil na vanguarda da retomada sustentável da economia”, disse.

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Nastari: biogás tem muitas implicações

Opinião compartilhada com o presidente da DATAGRO, Plínio Nastari. Segundo o consultor, o composto orgânico gerado com a biodigestão é extremamente fértil e aumenta a Capacidade de Troca Catiônica (CTC), o que reduz a necessidade de uso de fertilizantes químicos, aumentando assim, a competitividade da agricultura como um todo.

“A nota de eficiência energética ambiental do RenovaBio melhora enormemente porque se usa menos fertilizante nitrogenado e menos diesel. Então, vai gerar mais CBios e mais resultados. Tem muitas outras implicações”, assegurou.

Esta matéria faz parte da edição de outubro do JornalCana.

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