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O amanhã do agronegócio

Um estudo realizado pela Fiesp em parceria com o Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone) traz as projeções de oferta, demanda e uso da terra para o agro brasileiro, no período entre 2011 e 2022.

O projeto, intitulado “Outlook Brasil” traz perspectivas para 16 produtos agrícolas, entre eles algodão, arroz, cana-de-açúcar (açúcar e etanol), cevada, feijão, milho, soja (grão, farelo e óleo), trigo, carnes (bovina, suína e aves) e ovos. Mas não é só isso.

O trabalho analisa o impacto dessas culturas e do setor na economia, a infraestrutura do País, além de avaliar os efeitos do agro sobre outros segmentos. Traz ainda estimativas e análises para o consumo doméstico, produção, área plantada, mercado, importações e exportações, entre outros aspectos. “Certamente esse trabalho irá contribuir de forma muito positiva para o País, ao antecipar as ações necessárias para promover o crescimento e a geração de empregos e riquezas para o Brasil” explica Paulo Skaf, presidente da Fiesp.

Grãos

Um dos principais produtos do agro brasileiro, a soja deve registrar um crescimento na área plantada de 5,3 milhões de hectares entre as safras 2010/11 e 2021/22, um aumento médio de 1,8% ao ano. Já a produção deve crescer 21,6 milhões. No que se refere às exportações, a expectativa é de um incremento de 13,8 milhões de toneladas.

Já no caso do milho, para o mesmo período, é esperado um aumento de 22,2 milhões de toneladas na produção, na soma da primeira safra (12,4 milhões de toneladas) com a safrinha (9,8 milhões de toneladas). Com esse volume, a produção do cereal chegaria a 79,7 milhões de toneladas na safra 2021/22. Os ganhos fortes em produtividade nessa década reiteram a expectativa de que a área plantada cresça em ritmo menor, em torno de 2,3 milhões de hectares, sendo 46% desse total na safrinha.

Etanol

O aumento nas exportações e do consumo doméstico do etanol, somados ao crescimento dos embarques de açúcar deverão levar à expansão da cultura da cana-de-açúcar no Brasil.

O estudo projeta um avanço de 3,9 milhões de hectares e de 394 milhões de toneladas na produção, totalizando 13,1 milhões de hectares e 1.112 milhões de toneladas (representando um aumento de 43% em área e 55% em produção para o período estimado).

A produção de etanol deverá expandir-se em 28,5 bilhões de litros (56,2 bilhões de produção total em 2022), enquanto são projetadas exportações de 10,2 bilhões de litros (já considerando a abertura do mercado nos Estados Unidos).

O consumo doméstico de etanol também continuará crescendo, chegando a 45,8 bilhões de litros (20,3 bilhões a mais do que em 2011), explicado pelo crescimento da participação dos veículos flex fuel na frota total brasileira, de 42% para 81%, entre 2011 e 2022.

Para as exportações de açúcar, o volume projetado é de 34,3 milhões de toneladas e produção total de 49,5 milhões de toneladas em 2022, representando um crescimento de 25% e 30%, respectivamente, entre 2011 e 2022.

Carnes

Os embarques das carnes de frango, suína e bovina devem apresentar ganhos importantes até 2022. Apesar disso, a previsão é de que as taxas de crescimento nas exportações de carnes bovinas e de frango sejam menores do que as alcançadas entre 2002 e 2011.

A expectativa é de que as exportações de carne de frango cheguem a 5,9 milhões de toneladas, as de carne bovina a 2,7 milhões de toneladas e as de carne suína a 700,2 mil toneladas em 2022, o que representa um crescimento para o período projetado de 46%, 87% e 28%, respectivamente, entre 2011 e 2022.

Desta maneira, um aspecto permanecerá inalterado: “o Brasil continuará sendo um grande fornecedor de carnes no mercado internacional, mantendo-se como o maior exportador de carnes de frango e bovina e disputando o terceiro lugar em carne suína com o Canadá”, aponta o estudo.

A previsão é de que a produção das carnes de frango, bovina e suína, seja de 16,8 milhões, 12 milhões e 4,1 milhões de toneladas em 2022, respectivamente, totalizando 32,9 milhões de toneladas. Já no mercado interno, entre 2011 e 2022, o consumo per capita de carne de frango deverá crescer de 46,5 para 50,7 kg/ano. Na carne bovina, passará de 42,6 para 43,2 kg/ano. Na carne suína o consumo crescerá de 14,2 para 15,7 kg/ano.

A produtividade da pecuária continuará crescendo na próxima década. A idade de abate dos animais continuará caindo, enquanto a taxa de lotação também seguirá em ritmo crescente. Isso significa que a pecuária prosseguirá liberando terra para lavouras nas regiões aptas à produção agrícola. Considerando o Brasil como um todo, a área de pastagem total deverá reduzir 5,4 milhões de hectares entre 2011 e 2022.

Estes e outros dados detalhados, bem como o estudo completo estão disponíveis no endereço www.fiesp.com.br/outlookbrasil. O trabalho levou três anos para ser concluído e tem parceria com o Center for Agricultural and Rural Development e o Food and Agricultural Policy Research Institute (CARD/FAPRI), da Universidade de Iowa/EUA (ISU), com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e dos demais mantenedores do instituto: Irga, Ubabef e Unica.

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