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Novozymes planeja construir unidade no interior paulista

A escassez de etanol no Brasil deu novo ânimo à dinamarquesa Novozymes, que faz enzimas para a produção do etanol celulósico. A direção da multinacional acredita em novos avanços na área e espera para breve anúncios de investimentos em usinas. “Antes, era uma promessa, mas está se tornando uma realidade”, afirma Thomas Nagy, vice-presidente de relações com a comunidade da empresa de biotecnologia, sobre o uso das pesquisas de mais de dez anos para o aproveitamento de bagaço de cana-de-açúcar e outras biomassas na fabricação de biocombustível.

O executivo está no Brasil para contatos com parceiros, clientes e com empregados da fábrica em Araucária (PR), onde vai inaugurar em novembro um laboratório de pesquisa e desenvolvimento do etanol de segunda geração, após investimentos de R$ 3,5 milhões. Nagy também veio acompanhar o projeto de reforma da área de produção de enzimas para detergentes e para ração animal, orçada em R$ 27 milhões. As obras serão iniciadas nos próximos meses e serão o maior investimento desde a inauguração da fábrica, em 1989.

Na terça-feira, ele visitou a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), e o tema etanol celulósico foi tratado. Ao falar dos avanços na área, o executivo citou o grupo Mossi & Ghisolfi (M&G), fabricante de resinas PET, que constrói uma planta-piloto na Itália, com inauguração prevista para 2012 e capacidade de 50 milhões de litros de etanol de segunda geração por ano. Será a primeira com escala comercial, e a Novozymes é parceira da M&G.

Nagy comentou que, no começo, o custo e a performance das enzimas eram vistos como problema, mas garante que houve avanço nas duas frentes.

O gerente de pesquisa e desenvolvimento da subsidiária, Benjamin Raerup Knudsen, calcula que com o etanol celulósico a oferta do produto pode aumentar de 25% a 40%. Ele explica que o combustível final é o mesmo, só muda o processo de fabricação. “Para uma planta entrar em operação em 2013, é preciso começar a construção agora”, diz, sobre a expectativa de que empresários invistam na área.

Knudsen montou uma equipe de pesquisadores em Araucária em 2007 e, além dos dez integrantes, planeja contratar mais cinco, todos brasileiros. A pesquisa básica acabou e os próximos desafios incluem a produção de enzimas cada vez melhores e mais baratas.

A Novozymes faturou US$ 1,7 bilhão no ano passado e, no primeiro semestre de 2011, anunciou crescimento de 9% nas receitas. A unidade brasileira tem participação de 8% no resultado.

Pedro Luiz Fernandes, presidente da unidade brasileira, conta que mais apostas em bioenergia estão previstas para o país, como a construção de uma fábrica no interior de São Paulo, perto das usinas. Se houver demanda para suas enzimas, como esperado, no começo a empresa terá de importar da planta de Nebraska, nos EUA, que está em construção. “Mapeamos o Estado e temos a área definida”, diz Fernandes, sem revelar a localização.

Hoje a Novozymes tem no Paraná uma fábrica que produz enzimas para atender diversas áreas, como têxtil, de couros, para detergentes, panificação, sucos e vinhos. A que está prevista para o Estado vizinho vai ser destinada apenas ao etanol celulósico.

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