Mercado

Novos negócios confirmam reação da Santin

Negócios com empresas da Espanha, Cuba, Peru, Paraguai e Jamaica, além das recentes encomendas da Caterpillar, ABB, CooperCameron, Belgo Mineira e Voith, voltam a movimentar o dia-a-dia da metalúrgica Santin.

Pressionada por fatores macroeconômicos, a administração desta gigante do setor metalúrgico, acabou desafinando nos últimos meses.

Segundo a diretoria da empresa, a demanda do mercado não correspondeu aos elevados investimentos tecnológicos empreendidos, e o saldo devedor acabou superando as receitas.

Em março deste ano, precisou recorrer a concordata. Junto com essa medida, vieram novos administradores, experientes na recuperação financeira de empresas de grande porte, e, nas últimas semanas, a assinatura de alguns grandes contratos sinaliza a recuperação da Santin no mercado interno e externo.

A nova diretoria – No comando da nova diretoria, o executivo e professor universitário Mário Mendes – aceito por unanimidade pelo Conselho de Administração – recebeu plenos poderes para agir, ao mesmo tempo em que os membros da família Stolf, acionista majoritária, afastaram-se totalmente da gestão da empresa.

Sanar a contabilidade da empresa em até 24 meses – contados a partir de março deste ano. Este é o desafio e, para o seu equacionamento, o executivo Mário Mendes traça com clareza uma estratégia que combina o histórico de 56 anos de excelência tecnológica às perspectivas de crescimento do setor sucroalcooleiro – no Brasil e em outros países onde a empresa tem parcerias – e ainda à motivação e agilidade da equipe enxuta que assumiu o comando da Santin.

Segurando o martelo que define as diretrizes da empresa estão apenas o diretor superintende Mário Mendes e o diretor financeiro, Edgard Alberto Alves Ferreira. Uma estrutura decisória que favorece a agilidade das ações e proporciona resultados rápidos.

Sem interferência de nenhum dos acionistas, Mário Mendes formou sua equipe de frente – que se reúne diariamente – com o diretor financeiro, com o gerente industrial Carlos Augusto Ferreira Grosso e ainda com João Carlos Ducatti, posto à frente do segmento operacional mais importante da empresa neste momento: o de vendas, que já conta com novos representantes em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Curitiba.

Estratégia – Mário Mendes inclui na estratégia de recuperação novos investimentos em ramos já atendidos pela empresa e também na diversificação de áreas. Há estudos, por exemplo, para a produção de estruturas utilizadas na geração de energia eólica. Vários outros projetos, em setores ainda não explorados pela empresa, estão em sua mesa, mas o executivo prefere não os adiantar.

Atualmente, cerca de 60 a 70% das atividades da Santin são voltadas para o setor sucroalcooleiro, com a empresa dominando tecnologia para construir todas as instalações de uma usina de açúcar e álcool. Esta empresa já atende também a indústrias alimentícias, cerâmicas, citrícolas, farmacêuticas, de mineração, dos ramos de papel e celulose e petroquímico entre outros. Um dos equipamentos utilizados pela Petrobras para a extração de petróleo de águas profundas, denominado “árvore de natal”, por exemplo, sai das linhas de produção da Santin.

“Temos um cliente que chegou até nós e disse: estando em concordata ou não, confiamos nos bons produtos da Santin e vamos continuar comprando. De fato, temos alta tecnologia, com manutenção rigorosamente em dia, para atender a todos os tipos de encomendas em caldeiraria e chaparia. O fazer bem feito da Santin é reconhecido pelo mercado e isto é um argumento concreto para que eleja esta empresa para suas encomendas”, comenta o diretor superintendente.

Qualidade & responsabilidade social – A Santin foi criada em 1948 a partir da sociedade de Walter José Stolf, Hermenegildo Santin e João Broggio. A qualidade dos produtos garantiu a prosperidade do empreendimento numa época em que o “aperto de mão” era o suficiente para avalizar grandes negócios. De fato, qualidade técnica e garantia de entrega são constantes no currículo da empresa. Mesmo nos últimos meses, com a concordata sendo processada, nenhum pedido deixou de ser cumprido.

A Santin cresceu em simbiose com o setor sucroalcooleiro. O desenvolvimento deste setor, nas últimas décadas, incentivou o crescimento da empresa e, ao mesmo tempo, foi também favorecido pelas novas tecnologias que esta criava e disponibilizava a seu serviço. Em 2002, a Santin atingiu seu auge, com nível de atividade intenso o suficiente para manter contratados mais de 800 colaboradores. Seu peso é sentido não só no mercado que atua diretamente, mas sua importância para a economia da cidade de Piracicaba e região também é inegável. O descompasso entre lucros e as obrigações evidenciado neste ano foi uma luz amarela que refletiu muito além das salas de administração da empresa.

Na etapa mais imediata de recuperação, iniciada em abril, foi necessário enxugar o quadro de 720 para 420 funcionários, sendo demitidos basicamente profissionais das linhas de produção. O novo diretor superintendente Mário Mendes sabe que sua responsabilidade é multiplicada frente a essa conta social, que é um forte efeito colateral da situação financeira da empresa. Mas, ao invés de encará-la como mais uma carga, o administrador-professor a ressalta como uma motivação adicional que confere nome, sobrenome e expectativas pessoais à contabilidade aparentemente fria dos números a serem saneados. Para dividir esse posicionamento com a equipe e garantir a reciprocidade do apoio, o próprio diretor superintendente tem reuniões sistemáticas com os funcionários. “Tenho um time comprometido com a instituição e buscamos juntos resultados para serem compartilhados”, explica ao sinalizar a possibilidade de contratações se a demanda aquecer. (Fonte: Assessoria de imprensa Santin)

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