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Novo sistema encarece custos do Vale-Pedágio

Os técnicos das áreas administrativas, de transportes e de logística das cerca de 310 fábricas de açúcar e de álcool do País têm um quebra-cabeça a mais para resolver. Vigora desde 15 de novembro último um novo método de funcionamento do Vale-Pedágio que, a pretexto de sanear um sistema já viciado pode, isto sim, complicar a situação.

O problema também afeta o setor sucroalcooleiro, que recruta o modal rodoviário para encaminhar ou adquirir peças e materiais para os vários departamentos e mesmo para transportar produtos da fábrica. A cana-de-açúcar geralmente segue por rotas na própria área agrícola.

Por meio das resoluções números 106 e 107 da Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, publicadas no Diário Oficial da União de 23 de outubro de 2002, foram habilitadas duas empresas, em nível nacional, para o fornecimento do Vale-Pedágio ao transporte rodoviário de cargas. São elas a DBTrans e a Visa, também administradora de cartão de crédito.

Cada empresa confeccionou seu próprio vale, mas os dois modelos têm que, obrigatoriamente, ser aceitos em todas as praças de pedágio, sejam elas, federais, estaduais ou municipais. Teoricamente, estaria solucionada uma série de problemas registrados desde que o Vale-Pedágio foi implantado, há cerca de um ano. Pelo sistema, o embarcador, ou responsável pela contratação do transporte de cargas, é também encarregado pelo pagamento das tarifas de pedágios. Como até então ele quitava o valor desse serviço em espécie, o motorista poderia “pegar” o dinheiro e trafegar com o caminhão em rotas de fuga das praças de pedágios, deixando a mercadoria a mercê de ladrões ou atrasos de entrega por conta de possíveis acidentes já que muitas dessas estradas alternativas são precárias.

A determinação da ANTT encerraria esse problema, uma vez que ao fornecer o Vale-Pedágio ao transportador rodoviário, o contratante determina o roteiro a ser seguido, pois o vale obedece ao preço do pedágio de cada praça. Assim, a carga deverá passar pelas rodovias determinadas, ou o transportador terá que pagar a diferença com recursos próprios.

Ocorre que os empresários contratantes de transportadores precisam necessariamente adquirir os vales das duas fornecedoras, enquanto outras não sejam habilitadas. “Estamos reféns dessas companhias”, dispara o executivo de uma unidade do interior paulista, que pede omissão do nome temendo represálias.

Os custos dos serviços cobrados pelas autorizadas são os que mais penalizam os contratantes. A DBTrans, por exemplo, exige 5% de taxa de administração sobre o valor dos cupons emitidos, além de uma taxa de entrega que varia de R$ 12 no estado de São Paulo a R$ 25 em Pernambuco. A expectativa dos empresários é a de que novas empresas entrem no serviço para que a concorrência entre elas resulte em redução de preços.

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