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Novo governo terá de valorizar o Mercosul, afirmam especialistas

A controvérsia provocada por declarações -pouco amistosas ou “mal interpretadas”- dos candidatos José Serra (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o Mercosul e a Argentina, feitas durante a campanha eleitoral, relançaram a discussão sobre a importância (ou não) do bloco para a política externa brasileira e serviram para explicitar algumas falhas da integração sul-americana, iniciada há quase oito anos.

Especialistas ouvidos pela Folha concordam que a construção do Mercosul, que hoje aspira ser uma zona de união aduaneira (ou seja, bem mais que um bloco de livre comércio, pois implica a existência de tarifas alfandegárias comuns entre seus membros -Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), foi apressada demais.

“Um balanço objetivo do Mercosul tem de levar em conta que o comércio entre seus países-membros cresceu muito logo após a criação do bloco. Porém uma de suas grandes falhas é que houve uma passagem rápida demais da zona de livre comércio para a união aduaneira, que é algo mais ambicioso”, explicou Rubens Ricupero, secretário-geral da Unctad (Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento).

“Com isso, foi necessário o estabelecimento de exceções demais, e muitos produtos ficaram dispensados da união aduaneira, o que minou o processo e transformou a tarifa externa comum em algo irrelevante”, acrescentou o ex-ministro da Fazenda do Brasil (governo Itamar Franco). (Folha de SP)

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