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Novo diesel estimulará agronegócio, diz Dilma

A nova forma de produzir diesel, usando óleo vegetal, vai reduzir a dependência externa do país e incentivar o agronegócio, na avaliação da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). “É o casamento entre o agronegócio e a indústria do petróleo. É um processo revolucionário”, afirmou.

Segundo a Petrobras, o novo diesel não significará aumento de preços para o consumidor porque seu custo de produção é inferior ao de aquisição do diesel importado, com o qual disputará mercado.

Os testes feitos pela Petrobras indicam que o óleo vegetal pode ser misturado (de 10% a 18%) no processo de produção do diesel. Um dos resultados da mistura é o aumento de volume de diesel produzido, reduzindo a dependência da importação desse derivado de petróleo. O Brasil consome cerca de 45 bilhões de litros de diesel por ano e importa cerca de 15% desse total.

Outro efeito positivo da mistura, segundo a ministra, é a melhora da qualidade do combustível produzido. “Com o uso do óleo vegetal, é produzido um diesel de mais qualidade, com menos enxofre, mais adequado às exigências ambientais”, disse a ministra.

O óleo vegetal será incluído no processo de produção do diesel em uma etapa chamada “hidrotratamento” (tratamento com hidrogênio). A função dessa etapa é diminuir a quantidade de enxofre no diesel.

Na última reunião do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), realizada na quinta-feira, a Petrobras informou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que pode usar a nova tecnologia, comercialmente, em três de suas refinarias: Refap (Canoas, RS, 189 mil barris por dia), Repar (Araucária, PR, 196 mil) e Regap (Betim, MG, 151 mil).

“Em um momento em que o preço do petróleo explode e todos os países estão procurando outras alternativas [esse novo processo de produzir diesel], reforça a posição que o Brasil já tem, com a participação de combustíveis renováveis em sua matriz”, avalia a ministra.

Perspectivas

Na apresentação feita ao presidente da República, a Petrobras traçou dois cenários preliminares de uso do diesel produzido com óleo vegetal (H-Biodiesel).

No cenário de curto prazo, a partir do segundo semestre do ano que vem, a mistura seria de 10% e poderiam ser consumidos 256 milhões de litros de óleo vegetal, ou 9,4% do que o país exporta.

No cenário de médio prazo, traçado para o biênio 2008/9, o percentual de óleo vegetal usado no processo de produção do diesel é diminuído para 5%, mas a quantidade usada aumenta, porque mais refinarias da Petrobras já estariam adaptadas para produzir H-Biodiesel.

Nesse cenário, a quantidade de óleo vegetal sobe para 425 milhões de litros, ou 15,5% do volume de óleo de soja exportado.

A Petrobras informou que o óleo vegetal pode ser produzido por meio da soja, do girassol, da mamona, da palma e do algodão. A maior produtividade é a da palma, seguida da mamona, do girassol, da soja e do algodão.

Biodiesel

Na avaliação do governo, o uso de óleo vegetal é uma “rota complementar” ao programa do biodiesel. No biodiesel, o óleo vegetal produzido a partir de oleaginosas como a mamona passa por um processo industrial (transesterificação), vira biodiesel e é vendido para distribuidoras de combustível, que o misturam ao diesel já comprado da Petrobras.

Desde quarta-feira, 22 postos da BR Distribuidora em 13 Estados passaram a vender diesel misturado com 2% de biodiesel em sua composição.

O objetivo da companhia é atingir 500 postos de combustíveis no prazo de dois meses. Até janeiro de 2008, toda a oferta de diesel terá de ter 2% de biodiesel em sua composição.

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